Por bferreira

Rio - São incontáveis os feitos de Marcello Alencar, que em três mandatos, dois como prefeito, outro como governador, mostrou-se um grande urbanista. Não no sentido estrito de reinventar cidades, mas sobretudo de geri-las e pensar constantemente em como melhorá-las. Seu legado, presente na vida de cariocas e fluminenses até hoje, inspirou uma geração de políticos. Mas deve ir além: precisa ser referência indelével na hora de traçar quaisquer estratégias de governo.

Marcello comprovou ser responsável com o Erário. Assumiu uma Prefeitura do Rio praticamente falida, mas soube fazer as contas e, com as finanças saneadas, empreendeu obras de grande relevância. Redesenhou a orla da Zona Sul, antes um enorme estacionamento que poluía a visão das praias, instalando em seu lugar o embrião das ciclovias. Hoje o Rio tem a maior malha para bicicletas do país e se orgulha disso. As intervenções na costa também revitalizaram o calçadão, espaço atualmente tão prestigiado quanto a areia. Urbanizou a Zona Oeste, então um canto quase rural e subdesenvolvido da cidade, escavando uma necessária rede de saneamento básico nos bairros.

Como governador, atuou esplendidamente na mobilidade urbana, ao levar o metrô até a Pavuna, nas portas da Baixada. À época, um avanço significativo, já que aqueles bairros eram mal servidos de transporte de massa. E foi visionário ao fincar as bases do polo automotivo no Sul Fluminense, hoje região próspera, trazendo riqueza para municípios então no meio do nada.

O município e o Estado crescem hoje espelhados na visão de Marcello. A revolução do Porto Maravilha, a instalação dos BRTs, o metrô até a Barra e as parcerias com o governo federal — que tanto ajudaram a população — refletem o estilo empreendedor que tanto marcou o Rio nos anos 1990. Sem populismo, sem falsas promessas, com olhar no longo prazo e respeito pela população. Que sua obra não seja esquecida pelas futuras gerações.

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