Rio - Reuniu pouca gente ontem o protesto convocado para marcar o primeiro aniversário do ato em que a Assembleia Legislativa foi atacada e quase incendiada. Não se conhecem as motivações da passeata de ontem, mas, naquele 17 de junho de 2013, a voz das ruas subiu o tom e mostrou seu lado mais controverso. Na ocasião, criticou-se muito a Polícia Militar por ter permitido o quebra-quebra — que nunca representará a defesa dos direitos democráticos e uma luta dentro dos ideais cidadãos e republicanos. Não por acaso, três dias depois, no 20 de junho, PMs agiram com truculência na maior manifestação da história recente da cidade. Era o início de uma decrescente onde cada vez mais mascarados sobressaíam, afugentando quem de fato ia à rua pedir um Brasil melhor.
Não se registraram danos ou maiores enfrentamentos na reunião mirrada de ontem — em que pese a má-sorte de a efeméride ter caído justo em dia de jogo do Brasil. Mas indica uma tendência: da mesma forma que as megamanifestações de junho de 2013 perderam força, ou talvez sentido, a sociedade não mais apoia baderna sem causa. Isso ficou claro nas greves que mais prejudicaram o ir e vir da população do que transmitiram suas demandas.
De um ano pra cá, o Estado também evoluiu no tocante ao trato de manifestantes. Rio de Janeiro e agora Minas Gerais aprovaram leis que proíbem a presença de mascarados em atos públicos — o que faz todo o sentido. Também há nas forças de segurança fluminenses treinamento para evitar confronto em passeatas. Prova de que apenas com civilidade e respeito às instituições e ao próximo será possível construir uma nação melhor.