Por bferreira

Rio - Zero a zero não empolga ninguém, mas está aí o Galvão Bueno para nos animar, lembrando que em 1958 e 1962, anos em que o Brasil venceu a Copa do Mundo, deu empate no segundo jogo. Acho engraçado esses números em futebol. Estatística e futebol não combinam para mim, mas aí essa informação acima pode entrar para o campo das superstições, esse sim repleto de números e combinações sem fim que dão resultado. Afinal, a culpa do Brasil ter perdido é... minha, que usei um vestido mexicano para secar nosso adversário.

Por exemplo, o Paulo Marcos e sua calça amarela desapareceram, o Nelson e o João Antônio não assistiram ao jogo comigo e o Marco Aurélio bem que tentou, mas nós dois juntos não fizemos verão. Afinal, o Molica invadiu a Arena Meia Hora (sala da diretoria com uma TV exclusiva), desfalcada da Joana, e mudou a ordem dos jogadores/audiência. A turma da Geral também estava com uma configuração diferente, o Aziz não ficou em pé com eles, o Lula veio de camisa vermelha porque a passadeira faltou e a Vania, coitada, não saiu da posição do primeiro jogo, mas também não conseguiu reverter a sorte do Brasil. Mas no Facebook, a culpa é da Dilma e do PT, claro!

Os comentários femininos são os melhores. “Ai meu Deus, por que vai sair o Frediiiinho e entrar o Jô? Pelo amor de Deus, quem é esse Jô?”. Um homem vem salvar: “É do Atlético Mineiro, joga muito”. Passa um tempo. “Gente, mas esse Jô não faz nada? Chama o Fred!”. Fora os comentários em cima dos lances mais importantes: “O que foi esse teatro do Daniel Alves? Nem ele acreditou!” “E esse cabelo com cor de pano de chão? Sabe, quando a gente limpa a casa toda e depois o pano fica encardido? Cruzes!” “Ai, Cristo Redentor, eu quero ver gol, como diz a música, não importa se é de placa, eu quero ver gol!”. “Eu também! Vou gritar até no replay!” "Caramba, o México tem que ser processado por trabalho infantil! Esse jogador tem uns 15 anos...” “Ai! Finalmente esse mexicano feio saiu”.

Enquanto isso, meu querido Galvão (eu sei, é ‘cool’ não assistir na Globo) não me ajuda. Cadê as frases que viraram comentários que chamei de meus, tipo “o juiz diz que não houve nada” e “o México quer jogo”? Essa torcida também não empolga ninguém, tem muito o que melhorar. Fiquei com saudade do Galvão instigando “ergue o braço, ergue o braço!!!”, para acabar logo, mas do jeito que estava... deu até sono. Como aprendi com ele uma vez numa final de vôlei, “a prata tem um gosto amargo, pois é a única vitória que se conquista com uma derrota”. Bonito, não? Nesta Copa, eu quero a taça de ouro.

E-mail: karlaprado@odia.com.br

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