Por bferreira

Rio - O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) publicado pela ONU mostra que o Brasil avançou uma posição (79º) no ranking dos 187 países analisados. Mas o relatório destaca que o desempenho do país está distante de ser comparado com o padrão de desenvolvimento das nações europeias (0,9) e dos IDHs da Argentina, do Chile e do Uruguai, que superam a faixa de 0,74 do indicador brasileiro.

A ONU destaca que o IDH no Brasil avançou em decorrência das ações de transferência de renda a partir do governo Lula com a implantação do Bolsa Família, hoje referência internacional de políticas públicas bem-sucedidas, contemplando mais de 12 milhões de pobres dos grotões e dos pequenos municípios.

Fechando o quadro de destaque da redução da pobreza, o aumento do consumo das famílias, tão criticado pelos economistas que pregam políticas ortodoxas de créditos contracionistas para combater a inflação, cria ambiente favorável para a presidenta Dilma centrar suas baterias de campanha no discurso social com ações de governos — estados e municípios — humanitárias. Isso diminuirá as desigualdades sociais em todos os cantos do país, protagonizando a Educação como meta central de seu governo caso seja reeleita.

No debate político de propaganda eleitoral na TV, Dilma deve substituir o ‘economês’ do seu discurso pelo ‘eduquês’, comprometendo-se com o eleitor que vai implantar um extenso repertório de medidas e diretrizes na área de Educação estabelecidas no Plano Nacional (PNE) e na aplicação da Lei de Repasses dos Royalties do Petróleo, metas a partir de 2015.

Ações imediatas dos estados e municípios na Educação têm que ser unificadas com as metas do governo federal dentro de um projeto de país para o futuro, onde só a Educação com qualificação e bons salários dos professores poderá aumentar o IDH e colocar o país no bloco das grandes nações competitivas no mercado internacional.

Neste cenário, os prefeitos dos 5.570 municípios do país serão atores principais na condução dos programas da Educação e de integração com as comunidades — associações de bairros — e com os pais dos alunos no processo participativo para colocar as escolas dentro de padrões das instituições privadas, onde os ricos qualificam seus filhos para mais tarde receberem ensino universitário gratuito do governo federal.

Na recente divulgação do relatório brasileiro do Pnud, em 1991, o mapa do IDH do país era manchado de vermelho em escala (0,499) de desenvolvimento humano comparáveis a nações africanas em período pós-guerra. Hoje, o quadro não é de um país de todos nós, mas com perspectivas de horizontes melhores se distribuição da renda e a educação forem prioridades dos próximos governantes ao receberem a ‘utópica’ participação de 10% do PIB para investimentos no Ensino Básico da rede pública.

Wilson Diniz é economista e analista político

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