Por bferreira

Rio - Numa época em que se bradam motes contra tudo e contra todos, em afrontas diretas à ordem institucional, é salutar saber que há juventude engajada na política, como mostrado domingo pelo DIA. A despeito de podres nas legendas, e os há aos borbotões, a adesão a partidos por eleitores de 16 ou 17 anos — quando o voto, frise-se, é facultativo — é um bem-vindo indicativo de longevidade da democracia republicana.

Num estado de direito, asseguram-se a livre expressão e o embate de ideias; o Brasil, como nação pluripartidarista, muito teria a ganhar com a inter-relação das 32 legendas aptas a concorrer em outubro próximo. Sabe-se que alianças, muitas delas esquisitas, aniquilam ideários em detrimento de interesses — este espaço criticara, inclusive, as incompreensíveis uniões de comandantes de legendas no Estado do Rio —, prejudicando o diálogo. Mas ainda assim é possível encontrar a essência das agremiações, e a ela fiam jovens como os ouvidos pela reportagem de domingo.

Aqueles que vociferam não crer mais na política não diferem muito dos que agridem a imprensa, defendem ‘justiçamentos’ e simpatizam com depredações. Os partidos não são a causa da corrupção, mas, sim, os maus políticos. Contra eles existe o voto — não o depositado tão-somente em pessoas. O que vale é o sufrágio que advém de consistentes programas de governo, construídos a partir de vivências e ideologias, pedras fundamentais de partidos decentes.

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