Por felipe.martins

Rio - Nessa época é comum ver o político de punho fechado. “É preciso mudar o que está aí”, ele diz. “É preciso uma mudança radical.”O Brasil está cheio de radicais, de pessoas comprometidas com a mudança. O que importa é ser intransigente e esbravejar. São os radicais da piada pronta, sem preparo e sem entendimento de como funciona o mundo. “Vamos parar de pagar a dívida pública”, anuncia um deles, sem saber que o dinheiro que tem na poupança faz parte desta dívida.

Os radicais fizeram uma Constituição que nos garante inúmeros direitos, e o país continua violento, injusto, corrupto. Proclamam-se como sagrados nossos adolescentes, que não podem ser presos ou punidos, mas podem mendigar pelas ruas e crescer em reformatórios. Nossos legisladores radicais, incapazes de legislar, nos legaram um Código Penal que permite que assassinos andem livres, uma Justiça que leva décadas para julgar, e leis trabalhista e tributária campeãs mundiais de complexidade, atraso e injustiça social.

Escolhemos representantes sem nenhum critério. Elegemos indivíduos só porque foram bons esportistas, ou estiveram no ‘BBB’, ou são filhos de caciques políticos. Elegemos garotos que nunca tiveram um emprego, nunca souberam o que é um chefe — gente que nunca emitiu uma nota fiscal, varreu uma sala, ensinou uma matéria ou cuidou de um paciente.

São esses radicais que criaram a lei que regulamenta as mesas de sinuca dos botecos de São Paulo. São eles que querem proibir a importação de publicações estrangeiras. São eles que resolveram trocar todas as tomadas do país. São eles que inventam as regras e regulamentos que complicam nossa vida. É por causa deles que somos achacados por fiscais, guardas de trânsito e burocratas corruptos. São eles que comem caviar nos jatinhos da FAB.

O verdadeiro radicalismo é reduzir o desperdício de dinheiro público, o número de cargos comissionados, a carga tributária, o salário dos parlamentares, o número de leis. É diminuir a burocracia e aumentar a competição entre as empresas, reduzindo preços para o consumidor. É garantir a plena cidadania e a igualdade de todos perante a lei, com uma polícia que nos proteja e uma Justiça que resolva nossos problemas rapidamente.

É acabar com o voto obrigatório, para que o voto seja um gesto voluntário e consciente. Porque política não é profissão, mas uma missão de serviço ao país a ser cumprida por quem tem a seriedade, a competência e a determinação necessárias.

O resto é pura fraude.

Roberto Motta é presidente do Diretório do Partido NOVO no Rio

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