Por bferreira

Rio - Clonado no ‘laboratório da política’ por Cesar Maia, o prefeito Eduardo Paes, em entrevista ao jornal O DIA, confirmou ser um político de centro sem doutrina partidária, mas que segue os postulados do brizolismo voltado para atender à população carente sem ter sido discípulo das orientações da cartilha trabalhista do PDT.

Cesar criou prole dissidente para governar a cidade do Rio de Janeiro, depois de seu fracasso simbolizado pela construção do ‘elefante branco’, Cidade da Música, na Barra da Tijuca, e pela aprovação automática dos alunos do Ensino Básico do município.

Cercado de jovens executivos, ‘Rio Boys’, versão comparada ao grupo de economistas chilenos — ‘Chicago Boys’— que levou o Chile à estabilidade econômica nos anos 80, Paes governa em sintonia com a presidenta Dilma e Lula, visando a voos mais altos no cenário político nacional e abrindo espaço para dividir o poder com a cúpula do PMDB no estado.

Priorizando vetores desenvolvimentistas focados para as fronteiras das periferias urbanas da Zona Oeste e todo um corredor que vai das obras do Porto Maravilha à Zona Norte, financiado por recursos do governo federal, ele turbina seu projeto de poder para conduzir a sucessão das eleições de 2016 como liderança independente, alheio ao jogo do poder dos caciques do PMDB na Alerj.

O Rio é referência nos setores de serviços e de entretenimento como sede dos maiores eventos do planeta. No setor financeiro, o setor de seguros cresce junto com os grandes empreendimentos que serão realizados pelo governador Pezão.

Diante destas premissas, e mais o legado deixado pelas Olimpíadas em 2016, ele ganha notoriedade, popularidade para seduzir o eleitorado e se credencia para ditar pautas e indicar o candidato que mais atende a seu projeto político futuro.

Nos vetores sociais da mobilidade urbana, o sistema dos BRTs, interligando Barra da Tijuca à Baixada e à Transcarioca, tem efeito propagador de apelo eleitoral como modelo de alto alcance social voltado para as populações mais pobres que se beneficiam da redução de quatro horas diárias para ir e vir ao trabalho.

Os efeitos econômicos da redução do tempo de locomoção são imensos: redução do estresse; da poluição; de doenças respiratórias; de ganho de produtividade, e mais, melhoria de qualidade de vida e aumento da propensão do trabalhador em ser mais feliz ao ter mais tempo para se dedicar às suas famílias e a se qualificar.

Eduardo, como astuto jogador de xadrez, ao idealizar a ‘Fábrica de Escola do Amanhã’ em tempo de ‘Ensino Integral’, cala a boca dos seguidores dos partidos de esquerda e abre caminho para se consolidar como liderança conservadora de centro que coloca em prática a cartilha de Brizola e de Darcy Ribeiro.

Como o último romântico, unindo a Zona Norte à Zona Sul — Lulu Santos —, Paes dita o jogo da sucessão contra os Picciani. Ao senhor governador Pezão, é aconselhável não entrar na rinha da briga. Governe...

Wilson Diniz é economista e analista político

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