Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Há três anos, pacto inédito uniu 170 países pela preservação da vida no trânsito. Resolução da ONU trouxe à luz o compromisso global de reduzir em 50% as estatísticas de mortes ao volante até 2020. Assim nasceu a Década de Ação pela Segurança no Trânsito. O Brasil, porém, ainda está muito longe dos objetivos propostos. Na contramão desse esforço, o país registra taxa inaceitável de mortalidade no trânsito, de mais de 20 óbitos por 100 mil habitantes.
A despeito dos avanços na legislação, 54 mil brasileiros perderam a vida em colisões e atropelamentos em 2013. O custo desses acidentes para a economia chega a R$ 60 bilhões anuais. Estatísticas dignas de epidemia, vale dizer. As consequências mais dramáticas, porém, são a desestruturação das famílias e a dor incessante de legião de órfãos.
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O Brasil continua tímido no enfrentamento da violência no trânsito. Não basta o comprometimento com as metas da ONU. É necessário criar uma cultura de responsabilidade ao volante. E esta somente será alcançada com educação permanente, associada ao aprimoramento da engenharia de tráfego, com tecnologias para a circulação de veículos mais seguros, vias sinalizadas e fiscalização eficiente.
A Lei Seca — e sua atualização em 2012 — tem papel fundamental. Os resultados são visíveis. O Estado do Rio liderou a queda de mortes no trânsito em 2013. Dados do SUS indicam que o número de vítimas caiu de 3.047, em 2012, para 1.692 ano passado — redução de 44%. Mas há muito a ser feito.
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O governo tem o dever de implementar o conceito de Educação para o Trânsito nas escolas. Da mesma forma, é importante que os Centros de Formação de Condutores — as antigas autoescolas — ajudem a formar motoristas comprometidos com o respeito às leis de trânsito. Por fim, é necessário criar um organismo coordenador das atividades sobre segurança viária. São medidas fundamentais para tornar o trânsito mais humano e civilizado. Ainda há tempo para virar o jogo e salvar vidas. Esse é, afinal, o nosso patrimônio maior.
?Hugo Leal é deputado federal pelo Pros e autor da Lei Seca
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