Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - O ano passado foi o mais quente da história recente da Terra, alertou a Nasa na última sexta-feira. Infelizmente, não parece ser um ponto fora da curva. O calor inclemente do Rio de Janeiro e a crise da falta d’água no Sudeste — esta, decorrente da escassez de chuvas e de erros de gestão durante ano — embasam a tese de tempos difíceis para o Brasil.
Surge um círculo vicioso na questão de energia. A seca prolongada afeta reservatórios e hidrelétricas, mas a demanda é grande, por causa das altas temperaturas — leia-se ar-condicionado ligado o dia inteiro —, o que obriga o governo a usar as termelétricas, mais caras. A conta já está sendo repassada ao consumidor, através das bandeiras tarifárias. Mas não é forçoso dizer que, no médio prazo, a conta de luz será o de menos.
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A se confirmarem previsões como a do Banco Mundial, que alerta para falta crônica de água e mudanças significativas no clima, ligar o ar será um luxo para poucos, não pelo custo, mas pela viabilidade. O quadro enseja, cada vez mais, o desenvolvimento de matriz energética diversificada, com a adoção preferencial de painéis solares e moinhos eólicos, que no Brasil têm tudo para se multiplicar.
Extremos climáticos devem se sobrepor ano a ano, exigindo dos governantes estratégias sustentáveis, respostas rápidas e apoio da população.