Por felipe.martins, felipe.martins
São Paulo - A indústria brasileira recebeu com satisfação e confiança os novos integrantes da equipe econômica do governo federal. Mantemos nossa disposição ao diálogo e nosso apoio para que a nova equipe consiga desenvolver o seu trabalho.
As primeiras medidas do governo são coerentes com a necessidade do país e com o que se espera da equipe. Sua prioridade deve ser o corte de gorduras. Na nossa visão, há, sim, espaço para um ajuste concentrado no corte de despesas que não comprometam o bom andamento do serviço público.</CW> Mas não podemos e não vamos aceitar mais aumento de impostos.
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Não custa lembrar que, há vinte anos, o Brasil possuía uma carga tributária de 25% do PIB, próxima à de países com grau de desenvolvimento semelhante ao nosso. Atualmente, nossa carga está chegando ao espantoso número de 37% do PIB. Ou seja, nesses vinte anos ela aumentou 12 pontos. Não bastasse o peso excessivo dos impostos, ainda somos obrigados a conviver com excesso de normas, dubiedades e crescente judicialização da questão fiscal, o que onera o setor produtivo e inibe o investimento.
A economia brasileira vive uma fase de estagnação e o desempenho da indústria vem sendo intensamente comprometido. A insegurança econômica e o Custo Brasil provocaram encolhimento no parque industrial do país, sugando energia da atividade industrial, atrapalhando os novos investimentos nacionais e estrangeiros e pesando negativamente no desenvolvimento da economia.
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Diante desse cenário, a indústria não vai admitir, na mais remota possibilidade, um novo aumento da carga tributária. A Fiesp já mostrou sua capacidade de luta quando trabalhou arduamente para derrubar o imposto do cheque, a CPMF, em 2007; quando barrou o aumento do IPTU de São Paulo; e quando trabalhou para baixar a conta de luz e aprovar a MP dos Portos.
Estamos atentos! Se necessário, não hesitaremos em mobilizar a sociedade para, juntos, lutarmos no Congresso contra qualquer possibilidade de aumento de carga tributária. Chega de onerar a produção. Chega de transferir para o cidadão a ineficácia do governo. As mudanças tributárias têm que atender às necessidades do setor produtivo: menos impostos e menos burocracia. Toda a população vai agradecer.
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Paulo Skaf  é presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp)