Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Levantamento sobre a criação de empregos no país no ano passado, divulgado na sexta-feira, é demonstração irrefutável da estagnação da indústria. Em comparação ao ano anterior, a queda de vagas foi de mais de 64%. Se em 2013 foram criados 1,1 milhão de postos de trabalho com carteira assinada, em 2014 este número despencou para pífios 397 mil empregos. Os dados negativos são um alerta à tomada de medidas saneadoras que não só controlem a inflação e os gastos públicos mas também retomem o crescimento da economia.
No pacote anunciado pela nova equipe econômica, o governo dificultou o acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas, aumentou impostos que incidem sobre os combustíveis e o crédito, elevou os juros da casa própria pela Caixa Econômica e por último manteve a correção da tabela do Imposto de Renda abaixo da inflação, o que fez subir a mais de 60% as perdas dos trabalhadores com as mordidas do Leão. Agora acena com aumento de impostos a pequenos e médios empreendedores.
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O arrocho é para equilibrar o histórico déficit público do governo. De início, as medidas surtem o efeito da freada do motorista de ônibus para ajeitar passageiros. E que se segurem os trabalhadores. No primeiro momento, parecem ter dado certo: a Bolsa subiu e o dólar despencou. Mas só isso não basta. É preciso fazer com que essa roda do ônibus da economia volte a girar. Atrair investidores ao setor que gera empregos no país é prioridade.
Para isso, é fundamental não só reduzir a carga tributária — a mais elevada do planeta — sobre a produção como também simplificar os tributos. O empresariado e os trabalhadores é que não podem pagar a conta pelos erros de uma gigantesca e ineficiente máquina administrativa do Estado.
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