Por adriano.araujo

Rio - Muito poucas cidades nas três américas têm uma história tão longa e variada como o Rio de Janeiro, ou simplesmente Rio, como ela é mundialmente conhecida. O Rio já foi invadido pelos franceses, abrigou a Coroa Portuguesa, tornou-se capital e foi importante produtor de café, centro industrial- financeiro e polo turístico.

O Rio já viveu momentos de alta, mas também de esvaziamento. Felizmente, chega aos seus 450 anos em franco processo de recuperação, prestes a sediar os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul. Novos investimentos têm melhorado a infraestrutura da cidade, e a revitalização da área portuária vai recuperar uma das regiões mais bonitas e bem situadas da cidade.

Passadas as merecidas celebrações, porém, precisamos voltar a trabalhar para manter a dinâmica positiva dos últimos anos. Entendo que o objetivo central deve ser a atração de empregos de boa qualidade para a cidade. Isso depende de duas coisas centrais: criar boas condições para as pessoas viverem e trabalharem e atrair setores que geram bons empregos.

Em relação ao primeiro ponto, o essencial é melhorar e expandir a oferta de serviços públicos básicos. Tenho em mente boas condições de mobilidade urbana, saneamento, eletricidade e telecomunicações — a começar por uma banda larga de alta velocidade. Além disso, é necessário continuar trabalhando duro para melhorar a situação da segurança pública. O Rio tem sido pioneiro em explorar as parcerias público-privadas para realizar novos investimentos, tanto em recuperação urbana como saneamento, e acredito que há muito espaço para avançar com esse modelo.

O Rio já é bastante competitivo em setores que geram bons empregos, como o de óleo e gás. A crise da Petrobras vai impactar bastante a cidade, mas no médio prazo o potencial desse setor é enorme, e devemos focar em assegurar as partes mais interessantes desse negócio.

A cidade também tem sido capaz de atrair centros de pesquisas, atividades de audiovisual, serviços financeiros e, claro, turismo. Obviamente, não cabe ao setor público dizer que setores devem ou não desenvolver-se na cidade, mas é importante estar atento para eliminar barreiras que podem nos fazer perder bons empregos, em especial as barreiras de natureza burocrática.

Que daqui a 50 anos possamos ter muito mais a comemorar no quinto centenário do nosso querido Rio.

?Armando Castelar é coordenador de Economia Aplicada da FGV/Ibre

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