Por adriano.araujo

Rio - José Mujica, que ontem se despediu de presidência do Uruguai, conseguiu, em seus cinco anos de mandato, tornar-se uma das figuras mais queridas e admiradas da América Latina. E não foi por nenhum grande feito político ou medida econômica, mas por seu exemplo de vida.

A modéstia e a simplicidade de Pepe Mujica e a sinceridade de suas declarações sobre qualquer assunto surpreenderam o mundo por contrastarem com a arrogância e a hipocrisia que costumam ser características daqueles que se acham poderosos, mesmo que estejam em cargos temporários, como são os mandatos políticos.

Mas o maior legado que Mujica deixa é mostrar que existem políticos que não querem usar seus cargos para benefícios pessoais ou de seus aliados; que não buscam o poder para gozar das benesses e das mordomias que o ele oferece, principalmente em países mais pobres.

O presidente que usa sandálias de couro, detesta a formalidade das gravatas, dirige seu Fusca e rejeita os apelos da sociedade do consumo pelo consumo merece mesmo a admiração de todos. Mujica nos deixa um exemplo de coerência que deveria inspirar a todos, sobretudo os que se apresentam como representantes do povo, a refletir sobre a vida e o que é servir à sociedade.

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