Por bferreira

Rio - De seis partidos (por ora: PP, PMDB, PT, PTB, PSDB e Solidariedade) saíram os primeiros 48 políticos investigados na Lava Jato. Outros aparecerão nas novas delações premiadas. Os que comprovadamente receberam propinas do esquema da Petrobras serão declarados judicialmente “quadrilheiros da República” (expressão do ministro Celso de Mello no Mensalão). Os partidos mergulhados na corrupção e geradores de quadrilheiros estão podres. A rigor, nem mais partidos são, pois já se transformaram em facções criminosas.

Não vale mais a pena lutar por eles. No domingo, vou às ruas para praguejar contra os políticos profissionais, assim como contra os partidos corruptos. Não podemos desistir do Brasil, mas, dos partidos e políticos corruptos, sim!

A Espanha está indo para esse caminho, com dois partidos distintos: Podemos e Cidadãos. Necessitamos de lideranças políticas novas, sem os vícios da ladroagem e do parasitismo que caracterizam a cleptocracia.

O ciclo da República Nova (30 anos depois da redemocratização de 1985) se acabou. Morreu porque levou às últimas consequências a patologia da ladroeira, da roubalheira, do patrimonialismo, do clientelismo, do financiamento empresarial criminoso das campanhas eleitorais. A eliminação do jogo eleitoral deve ser o destino de todos os políticos e partidos cleptocratas; para a sepultura devemos mandar o estilo mafializado de governança implantado no Brasil por aventureiros inescrupulosos formado pelo quarteto maligno do funcionalismo de alto escalão, dos políticos, da economia de mercado e do mundo das finanças.

Com um pouco mais de consciência cidadã e o auxílio das redes sociais, podemos varrer do país esse velho e falido modelo de fazer política, que não está ouvindo o clamor da população desesperada, diariamente humilhada pelo deboche do ‘bolsa-esposa’, do novo prédio parlamentar de um R$ 1 bilhão que se quer construir, do juiz dirigindo um Porsche apreendido, da apologia da violência feita por Lula etc. É chegada a hora de a população abrir os olhos e abandonar os sectarismos e bipartidarismos. Nenhum desses partidos celeiros de quadrilheiros da República cleptocrata vale o nosso voto ou nosso respeito.

Luiz Flávio Gomes é jurista e professor

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