Por felipe.martins

Rio - O aumento no valor das diárias de viagem para os tribunais federais é mais um exemplo de autogenerosidade equivocada diante da crise. Como O DIA mostrou nesta quinta-feira, concedeu-se reajuste de 83% aos aditivos a que os magistrados têm direito quando em missões pelo Brasil e no exterior. Curioso é que para as representações internacionais paga-se em dólar. A quantia, não obstante a disparada da moeda americana, também foi majorada. Quase dobrou.

Alega o Judiciário que os valores estavam congelados havia anos e que há controle rígido das diárias, a fim de se evitarem abusos. Argumentos válidos. A questão é o efeito cascata que, mais cedo ou mais tarde, incidirá sobre todas as demais instâncias, como já ocorre com os salários — que subiram bem acima da inflação, frise-se.

Diárias de viagens fazem parte de um grupo de gastos que costuma não aparecer muito. Ali também se encontram verbas de gabinete de parlamentares e aditivos que tais, cujo impacto no orçamento não é insignificante.

O país faz as contas para sair do atoleiro, e boa parte delas será paga pelos cidadãos. Exatamente por isso, diante dessa generosidade, esperam-se da Justiça parcimônia dos gastos e sobretudo transparência com o dinheiro público.

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