Por bferreira

Rio - O balanço contábil de 2014 era um morto-vivo a perseguir a Petrobras e a apavorar os investidores. Esta semana, finalmente, a estatal tratou de espantar os seus fantasmas ao apresentar, sob todos os holofotes, os resultados do ano passado devidamente escrutinados por auditores externos. Exibiram-se os números mais precisos possíveis — já que o valor exato é (e para sempre será) um mistério — de malfeitos e malversações do dinheiro público. Resultado: prejuízo considerável de R$ 21,6 bilhões em 2014 e uma imagem severamente abalada.

Estimou-se em R$ 6 bilhões o rombo do Petrolão, e contabilizaram-se quase R$ 45 bilhões em depreciações de ativos e erros de gestão — inclusive no Comperj, outrora uma mina de ouro para Itaboraí, hoje um amontoado de desempregados sem perspectivas. Sofre-se ainda com a queda do valor do petróleo e com a crise da economia brasileira.

A numerada não só comprova desvios e erros: evidencia um comportamento que por pouco não matou a Petrobras. Muitos nutriam a certeza de que a empresa era uma ‘mãe’ generosa, com fundos ilimitados, capaz de repor gastos na velocidade estonteante da extração de petróleo — e desafios não eram problema, como alardeava a campanha do pré-sal, algo inicialmente intransponível.

A estatal sangrou em praça pública. Mas agora tem todos os meios para se reerguer. O presidente, Aldemir Bendine, afirmou que brigará na Justiça por ressarcimento do Petrolão — inclusive no que diz respeito à reputação da firma. A companhia diz estar reformulando processos e garante jamais ter compactuado com corruptores.

É bom que o faça. Não é saudável para o Brasil — e mais ainda para o Rio — a debilidade da Petrobras. Que se recupere logo, aprenda as lições e conduza o país para bem longe deste lamaçal.

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