Por bferreira

Rio Grande do Sul - O juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos, no Rio Grande do Sul, determinou ontem que a Polícia Civil reabra o inquérito sobre a morte, em 10 de fevereiro de 2010, de Odilaine Uglione Boldrini, mãe do menino Bernardo Boldrini, que foi assassinado aos 11 anos, em 2014, pela madrasta Graciele Ugulini. A investigação inicial, encerrada em 8 de abril de 2011, concluiu que ela se matou com um tiro na boca no consultório do marido, Leandro Boldrini.

Odilaine morreu em 2010; seu filho Bernardo foi assassinado em 2014Reprodução TV Globo

A decisão do juiz Marcos Luís Agostini atende a pedido do Ministério Público, que apresentou laudos feitos por peritos particulares que comprovariam que não havia pólvora nas mãos de Odilaine após sua morte e que o bilhete no qual ela informava sobre o suicídio não foi escrito por ela. A letra da carta, segundo a perícia, é da recepcionista do consultório de Boldrini na época da morte de Odilaine.

Os laudos de peritos particulares foram feitos por encomenda de Jussara Marlene Uglione, mãe de Odilaine. Ela nunca acreditou na versão de que a filha se matara e depois que o neto foi assassinado e a Polícia Civil concluiu que Leandro Boldrini tinha sido o mandante do assassinato do garoto, resolveu pedir o desarquivamento do caso ao MP.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul determinou ontem mesmo que a investigação fique a cargo do delegado Marcelo Mendes Lech, de 32 anos, titular da 2ª DP, da vizinha cidade de Santa Rosa. Logo depois de ter seu nome confirmado, o policial disse ao jornal ‘Zero Hora’ que fará todas as diligências para descobrir a “verdade real” sobre a morte de Odilaine Uglioni.

Ele não quis adiantar qual será sua forma de trabalhar, mas disse que o primeiro passo será rever todo a apuração anterior, feita pela delegada Caroline Bamberg. A chefia de Polícia Civil já informou que Marcelo Mendes Lech trabalhará exclusivamente no caso.

A principal suspeita da família de Odilaine é que ela foi morta pelo marido por causa de seus bens. O mesmo motivo teria levado Leandro Boldrini a planejar a morte de Bernardo, que, como não se dava bem com a madrasta, manifestara desejo de morar com a avó.

O menino foi assassinado com uma overdose de remédio em 4 de abril de 2014 por Graciele Ugulini, que é enfermeira, com a ajuda de Edelvânia Wirganovicz. O corpo foi enterrado, com a ajuda de Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, numa área rural de Frederico Westphalen. Os três e Leandro Boldrini, apontado como mandante, estão presos.

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