Por bferreira

Rio - Os líderes dos cinco países que compõem o Brics — Dilma Rousseff aí incluída — estão reunidos em Ufá, na Rússia. Na pauta, destaque para o Novo Banco de Desenvolvimento, empreendimento gestado há alguns meses, agora em fase final de tratativas. O NBD é a primeira instituição financeira de escopo global que não tem ingerência de norte-americanos ou de europeus. Nasce com aporte de 50 bilhões de dólares para projetos de infraestrutura e mais 100 bilhões de dólares para situações de socorro.

A reunião de cúpula, porém, se dá em momento delicado. Até a China enfrenta turbulências, com a maxidesvalorização da Bolsa de Xangai, que ontem derrubou mercados mundo afora. A Rússia ainda se vê às turras com o Ocidente, que lhe impôs sanções por causa do imbróglio na Ucrânia, tendo ficado de fora do convescote do G8. E o Brasil luta contra a inflação no meio de uma tormenta política.

Mais uma razão para concluir as negociações do banco e colocar seu financiamento na rua, ponto a ser defendido pelo Brasil. “Políticas de apoio ao crescimento, outra vez, se tornam relevantes. Há certa necessidade de aceleração de constituição do banco, para ser uma força adicional de suporte ao crescimento das economias dos países do Brics”, declarou Luciano Coutinho, presidente do BNDES, que acompanha a delegação. Há ainda o fator político. O Brasil entrar de sócio em empreendimento dessa envergadura dará voz nos debates globais.

Ainda é cedo para vislumbrar mudanças de monta na geopolítica e nos mercados globais. Igualmente é inoportuno enxergar o Novo Banco como tábua de salvação dos Brics. Mas é inegável que o potencial da instituição é imenso — e todos os países poderão ganhar muito com isso.

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