Por bferreira

Rio - O Brasil está na contagem regressiva para o início do maior evento esportivo do planeta. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 prometem movimentar o turismo brasileiro. Na iminência de receber fluxo intenso de visitantes, o Ministério do Turismo abraçou a chance de divulgar seus destinos sem descuidar da proteção de crianças e adolescentes.

Ao reconhecer o turismo como atividade essencial para a economia do país, não podemos deixar de enxergar uma prática criminosa ainda tão recorrente. Uma realidade que, muitas vezes, passa despercebida diante de milhares de visitantes: a exploração sexual infantil.

Nos últimos quatro anos, foi registrado quase meio milhão de denúncias de violação aos direitos de crianças e adolescentes no país. Desse total, 27,5 mil correspondem à exploração sexual infantil. O Estado do Rio é responsável por mais de 2,5 mil registros nesse período. Mesmo que o número de denúncias não corresponda à quantidade efetiva de casos, elas acendem uma luz amarela. O governo quer que a população tenha uma atitude proativa.

Diante desse cenário, o Ministério do Turismo vem promovendo, há dez anos, o Programa Turismo Sustentável e Infância, composto por ações de sensibilização para estimular o engajamento e participação não só dos turistas, mas também dos profissionais do setor.

As seis capitais que sediam o futebol na Olimpíada serão mobilizadas com palestras: São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Manaus e Rio, com ações inclusive nas comunidades pacificadas, como Rocinha, Jacarezinho e Cidade de Deus.

A Copa do Mundo é bom exemplo de que é possível sediar grandes eventos sem descuidar da boa imagem do país. O Brasil obteve índice de aprovação de 95% em hospitalidade na avaliação dos estrangeiros. Agora, vamos nos empenhar para que, nos Jogos Olímpicos, sejamos avaliados positivamente na difusão desta outra boa prática: a proteção de nossas crianças.

A sensibilização está só começando. Vamos, juntos, multiplicar ações que permitam o desenvolvimento do setor de viagens sem prejudicar o potencial de crianças e adolescentes, contribuindo para a consolidação de um turismo responsável.

Júnior Coimbra é secretário nac. de Políticas de Turismo

Você pode gostar