Rio - Um batido ditado ensina que “a ocasião faz o ladrão”. Bastam a intenção, a índole e o contexto, e tem-se o cenário para qualquer tipo de malfeito — do roubo de galinha ao desvio de verbas milionárias do Erário. Os escandalosos extravios de armas da Polícia Militar entram nessa fórmula.
A CPI da Alerj que investiga os sumiços, instalada a partir de denúncia do DIA, tem lidado com informações as mais esdrúxulas: parte do material ‘evaporado’ estava no Palácio Guanabara, e os números de armas e munição desviados são assombrosos.
Intriga, também, a precariedade com a qual a PM lida com seu arsenal. Em muitos batalhões, o entra e sai de projéteis é feito à mão, como se o estado vivesse num longínquo século 19, em que tudo era registrado em sebosos livros, num sistema altamente suscetível a fraudes.
A segurança se esmera em qualificar suas tropas e expulsar delas os delinquentes, mas precisa modernizar seus processos e blindá-los contra malfeitores.