Por bianca.lobianco
Rio - Não vamos nos livrar da bancada da máquina administrativa, das esposas, dos filhos, dos irmãos e dos afilhados, mas a decisão do Supremo Tribunal Federal, proibindo a contribuição de empresas aos partidos e aos candidatos, pode nos livrar da influência determinante do poder econômico e de algumas consequências pouco abordadas.
O período eleitoral se transformou numa oportunidade de emprego temporário. Marqueteiros, panfletadores, colocadores e vigias de placas foram contratados para trabalhos específicos nos meses que antecedem o pleito.
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As campanhas mais caras contaram com exércitos de trabalhadores que se transformaram em defensores de seus patrões momentâneos.
Lideranças foram remuneradas conforme a possibilidade de conquistar votos nas comunidades e nas categorias profissionais.
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Como a lei exige que 30% dos candidatos sejam de mulheres, face à dificuldade de conseguir o número necessário para a urna, muitas foram seduzidas, ou pela vaidade ou pela remuneração.
No serviço público a licença de pelo menos três meses, destinada à campanha, serviu como mais um atrativo para reforçar esses ‘exércitos’.
Alguns partidos contaram com especialistas na elaboração de nominatas.
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Assim, candidatos foram transformados em cabos eleitorais privilegiados, recebendo material e remuneração, e, sem chance de eleição, fizeram dobradinha com o financiador da campanha ou complementaram chapas, aumentando os votos do partido para eleger os mais votados previamente selecionados.
Conforme se vê, tivemos candidatos(as) que deliberadamente venderam a sua consciência, os inocentes úteis e os explorados.
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Enfim, o dinheiro, oriundo dos grandes “financiadores” (empreiteiras, bancos, empresas multinacionais) viciou os últimos pleitos, e, nas casas legislativas, o trabalhador não pôde contar com a maioria dos eleitos.
Vamos ver, sem o dinheiro, o resultado das urnas nas próximas eleições.
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?Paulo Ramos é deputado estadual pelo Psol