Por pierre

Nas últimas décadas, a população brasileira tem passado por acelerado processo de envelhecimento, devendo somar, até 2025, 31,8 milhões de pessoas com mais de 60 anos, uma das seis maiores populações de idosos no mundo. Além do impacto nos sistemas de saúde pública e previdenciário, esse dado joga luz sobre outro aspecto fundamental: como cuidar dos nossos idosos?

Para os familiares, que se dão conta de que o seu parente querido precisa de ajuda para atividades cotidianas, é um momento difícil. A tendência é optar por acolher o idoso em casa. Mas a carga de trabalho e os altos custos podem inviabilizar a iniciativa.

Usar o serviço de cuidadoras é opção, mas inclui a contratação de, pelo menos, quatro profissionais, que se revezam a cada 12 horas, e os custos trabalhistas, alimentação e transporte. Somados à manutenção de uma casa, os valores podem passar dos R$ 8 mil mensais, sem levar em consideração gastos com plano de saúde e remédios. Além de dispendiosa, esta alternativa não garante a melhoria da qualidade de vida do idoso, que não tem, necessariamente, assegurado um tratamento digno — não são poucos os relatos de maus tratos —, além do fato de o familiar não poder se beneficiar da interação com pessoas de sua faixa etária.

Felizmente, há oferta crescente de serviços a este público com propostas multidisciplinares de acolhimento que visam à melhoria da qualidade de vida do idoso e oferecem assistência médica permanente, ambiente agradável e incentivo à sociabilização dos hóspedes. Caso reúnam essas características e pratiquem preços justos, os hotéis geriátricos, comuns no exterior, podem ser a melhor opção para acolher e cuidar dos nossos idosos.

Vicentina Sangiacomo é clínica médica

Você pode gostar