Rio - A adolescente de 17 anos que matou a mãe com as próprias mãos e queimou o corpo, com a ajuda do namorado, Daniel Duarte Peixoto, 21, fez uma tatuagem na cintura com o nome do amado. O rapaz também marcou o nome da jovem no corpo. Segundo o delegado-adjunto Maurício Mendonça, da 32ª DP (Taquara), os dois eram adeptos da igreja Testemunha de Jeová e se conheceram em um churrasco organizado por congregações.
Apesar das proibições da igreja, o casal fez tatuagens após três semanas de namoro. A jovem, que matou a mãe com um "mata-leão" (golpe onde há o enforcamento da vítima), no Cachambi, na Zona Norte, era praticante de muay thai e já havia aplicado os ensinamentos da arte marcial em outra oportunidade.
De acordo com a polícia, no início do ano ela desarmou um bandido durante tentativa de assalto no Centro do Rio. A adolescente jogou o criminoso no chão e foi amparada por um guarda municipal, mas teria se irritado porque queria dar uma surra no ladrão.
Um caderno contendo o depoimento planejado pela jovem também foi recolhido pela polícia. Nele, ela descreve com detalhes o que os dois diriam aos policiais.
O nível de brutalidade lembrou o Caso Richthofen, de 2002, de uma jovem milionária paulista que matou os pais. Desta vez, porém, não houve fortuna envolvida. A vítima, Adriana Moura de Rocha Miranda, de 43 anos, tinha apenas um seguro que pagaria em torno de R$ 15 mil à filha em caso de sua morte.
A polícia investiga se o interesse no bônus motivou a morte, embora a jovem alegue que cometeu o crime porque Adriana reprovava seu namoro. Foi com a ajuda do namorado, Daniel, que a jovem executou a mãe.
A crueldade espantou os policiais. “Ela dormia com a mãe quando aplicou um mata-leão e chamou o namorado para terminar de sufocá-la com um saco plástico. Eles embrulharam o corpo num cobertor, colocaram na mala do carro do Daniel e o levaram para Imbariê, em Caxias. Lá, atearam fogo ao corpo e o deixaram num matagal”, contou o delegado Antônio Ricardo Nunes.
Segundo as investigações, o crime ocorreu no dia 25 de maio. L. queria se relacionar com o namorado, com quem estaria há quatro meses, sem as reprovações da mãe.
“Ela não mostrou reação nem quando viu as fotos da mãe em estado de decomposição. Mostrou total desprezo. O namorado mostrou arrependimento, mas ela não. Estava tão tranquila que matou a mãe de madrugada e foi ao shopping pouco depois”, disse Antônio Ricardo Nunes.