Por cadu.bruno
Rio - Os 31 jovens detidos durante protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Rio, na noite de segunda-feira, no Centro, foram liberados na manhã desta terça-feira. A manifestação parou a avenida presidente Vargas, uma das principais vias da região.
O estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Sávio Dias Espanner, de 18 anos, teve de pagar fiança de um salário mínimo para ser liberado. Ele é acusado de dano ao patrimônio público por ter quebrado o para-choque da motocicleta de um policial.
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Os policiais apreenderam cocos verdes e pedras que teriam sido arremessadas pelos manifestantes contra os PMs e contra ônibus que passavam pela Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.
Protesto no Centro do Rio tem confronto entre policiais e manifestantes. Tumulto causou engarrafamento e filas nos pontos de ônibusIngrid Cristina / Agência O Dia

Segundo a polícia, houve uma série de atos de vandalismo. Parte das pessoas que protestavam lançou pedregulhos em direção aos coletivos no terminal Menezes Cortes, espalhou lixo pelas ruas e ateou fogo em uma lixeira. Ainda segundo os PMs, alguns deles atacavam até mesmo com coquetéis molotov. A estação do metrô Uruguaiana chegou a ficar fechada por alguns minutos, mas foi reaberta.

Em contraposição, os manifestantes reclamam de truculência na abordagem policial. "Eu estava em frente ao fórum onde aconteceu a confusão. Eram 300 manifestantes no local, eles protestavam contra o aumento das passagens, uma manifestação legítima. O mesmo número de policiais os atacou com truculência, bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha", afirmou o membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (OAB) André Barros.

Um dos manifestantes foi ferido nas costas com um cassetete. Ele foi encaminhado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, também no Centro da cidade.
Um rapaz teria pichado a parede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) com a inscrição: "R$ 2,95 não!". A janela de um prédio na Praça XV foi apedrejada, assim como o vidro da Igreja Nossa Senhora do Carmo.

A volta para casa foi complicada e os pontos de vans ficaram lotados de passageiros. A informação que circulava ainda era de que muitos ônibus alteraram seus trajetos para fugir dos pontos críticos do protesto.

Um grupo de 100 manifestantes foi para a frente da delegacia para gritar as palavras de ordem: "não à repressão". Eles prometem um novo protesto com data a ser definida.
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