Por thiago.antunes

Rio - Os comandantes dos batalhões de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Renê Alonso, e de Choque, tenente-coronel Fábio Souza, vão depor nesta sexta-feira na Divisão de Homicídios (DH). A polícia quer saber quem foram os policiais que comandaram as recentes ações das duas unidades especiais da PM na Maré — na segunda e terça-feira, confronto terminou com 10 mortos, entre eles um sargento do Bope e dois homens sem antecedentes criminais.

Após identificados, os responsáveis pela operação serão chamados à DH para explicar detalhes da ação. O objetivo é confrontar as versões dos policiais que participaram do tiroteio (e já prestaram depoimento) com os relatos dos comandantes e os laudos de local, cadavéricos e balísticos.

Policiais fizeram revistas em veículos nas proximidades do Complexo da Maré após açãoMarcelo Sayão / EFE

Nesta quinta-feira, o delegado Rivaldo Barbosa, da DH, abriu seis inquéritos para apurar as mortes da Maré. Segundo ele, foi necessário desmembrar o procedimento porque as ações aconteceram em lugares diferentes. “Isso vai nos ajudar a individualizar a conduta dos policiais”.

Já o coordenador do Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, defensor Henrique Guelber, mandou ofício à delegacia solicitando os laudos cadavéricos, de local e balístico.

“O fato de algumas vítimas mortas terem antecedentes criminais não pode determinar a vida ou a morte delas. Isso não afasta a necessidade de uma investigação séria”, afirmou o defensor, que promete voltar à Favela Nova Holanda para conversar com moradores. “Eles ainda estão muito assustados”, disse.

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