Por thiago.antunes

Rio - Uma das principais bandeiras dos movimentos das ruas, a gratuidade das passagens para estudantes começa a se consolidar. Nesta quinta-feira à noite, o Senado aprovou urgência para o projeto do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), que institui o Passe Livre Estudantil em todo o país. O custo do programa será bancado com os royalties da exploração do petróleo.

Mas o dinheiro virá da parcela da União. Os parlamentares têm pressa para votar a proposta. Ela será analisada na próxima quarta-feira, assegura Calheiros.

Nesta quinta-feira, no Rio, para evitar a ação de vândalos, como aconteceu nos últimos protestos, que resultaram na depredação de lojas, bancos e prédios públicos, a Polícia Militar usou nova estratégia.

Policiais militares caminham lado a lado com manifestantes durante o ato no Centro do RioMarcos Cruz / Agência O Dia

Policiais fizeram cordões em torno dos manifestantes, na tentativa de evitar que possíveis baderneiros infiltrados se aproximassem dos principais prédios públicos. Conforme O DIA antecipou na edição de quinta-feira, o policiamento foi reforçado.

Nenhum incidente grave foi registrado e a cidade permaneceu intacta após o ato. Um grupo soltou bombas e foi vaiado. Mesmo com o número menor de pessoas, diante dos últimos protestos, a PM escalou pelo menos 500 militares de seis batalhões para cercar a Alerj, a Câmara dos Vereadores e a sede da Fetranspor, enquanto outros cem guardavam a Candelária, o ponto de partida.

Bombeiros protestam em frente ao Theatro MunicipalMarcos Cruz / Agência O Dia

Enquanto a multidão caminhava, o paredão formado por policiais dos dois lados da Av. Rio Branco seguia junto.

Nas ruas paralelas havia agentes a pé, viaturas estacionadas e motociclistas. Os batalhões de Choque e de Ações com Cães ficaram nos quartéis, aguardando chamado. Mulheres policiais foram mobilizadas.

Na Candelária, por voltadas 17h, um ambulante emocionou a tropa de azul. Com um alto-falante, Elias Vieira, 41 anos, tocou o hino da corporação. Os policiais cantaram e aplaudiram.

Onda de boatos assusta cariocas

As polícias Civil e Militar investigam a origem de boatos sobre protestos violentos e arrastões que vêm assustando a população. Agentes vêm monitorando redes sociais na internet para tentar identificar quem está promovendo essa onda de medo entre cariocas.

Nesta quinta-feira , em Nova Iguaçu, a boataria sobre suposto arrastão causou correria de pedestres no calçadão do Centro e fez com que lojistas fechassem as portas mais cedo, temendo quebra-quebra. Policiais foram ao local a fim de evitar tumulto.

Participantes abusaram do bom humor no protesto do Rio de Janeiro André Mourão / Agência O Dia

Outra situação que tem dado trabalho a investigadores é a ação de criminosos nos protestos. A polícia já sabe que bandidos se infiltraram e, além das depredações, promoveram saques em lojas e prédios públicos.

“Não há um grupo organizado, mas criminosos que se aproveitam da situação. Estamos trabalhando para identificá-los”, disse o delegado Alcides Pereira, da 5ª DP (Mem de Sá).

A assistente de vendas Mariana Guimarães só sai de casa ou do trabalho após verificar se há tumultos ou roubos após os protestos. “Quando sei que pode ter confusão, fico até com medo de sair”.

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