Por marlos.mendes

Rio - O cineasta e documentarista americano Corey Ogilvie publicou na Internet um tutorial em vídeo no qual ensina manifestantes a registrar imagens de ações violentas a fim de usá-las para denunciar abusos. O vídeo "How to film a revolution" (Como filmar uma revolução) sugere que os jornalistas-cidadãos atuem em grupo, mas pensando e agindo como uma unidade, e não como várias pessoas simultaneamente, sempre buscando preservar a segurança de quem está registrando as imagens.

Vídeo mostra técnicas de formação de grupo para filmar manifestaçõesReprodução Internet

O vídeo mostra como funcionam três formações de grupos: ventilador, cerco, e V.

Na formação ventilador (fan formation), três pessoas ficam de costas uma para as outras, cobrindo toda a área ao redor. Com três câmeras filmando todo o perímetro, caso um integrante da formação seja atacado, os outros dois conseguiram registrar o fato.

Na formção cerco (surrounding formation) , três camêras se situam ao redor do evento, cobrindo o perímetro de fora para dentro e com liberdade de acompanhar a movimentação.

A terceira e última é a formação em V, considerada a mais perigosa. Uma câmera fica na linha de frente e é filmado por outras duas. Caso seja ameaçado ou agredido, a primeira câmera pode recuar ou, eventualmente, ser substituída.

O vídeo lista 5 normas de segurança que o cidadão precisa ter em mente quando há confronto entre manifestantes e policiais. Ao sentir-se ameaçado, chame por outras pessoas que estão filmando gritando "câmeras". Não filme na vertical, a cena fica prejudicada pelo enquadramento fechado. Mantenha alguma distância. 4. Proteja-se, você não poderá filmar se for atingido por balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, cacetetes e outros armas, letais ou de baixa letalidade. Faça valer seus direitos: em locais públicos, todo cidadão tem direito a registrar o que quiser (dentro dos limites da lei, evidentemente).

O vídeo sugere que o material filmado seja publicado na Internet em baixa resolução e sob licença CC (creative commons) para que se torne viral. É importante identificar o vídeo com nome, data, local e descrição do evento. "Estamos nos encontros, nas salas de aula, nas barracas, e nos parques. Podemos capturar cada abuso de poder. Big Brother, estamos de olho em você", diz o filme.


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