Por bianca.lobianco

Rio - O estado de saúde de Wagner Moraes da Silva, de 40 anos, que deu entrada no hospital Getúlio Vargas, na terça-feira, com 30 % do corpo queimado após incêndio na sede do AfroReggae, na Zona Norte, continua em estado grave. Segundo boletim médico, divulgado nesta quarta pela Secretaria Estadual de Saúde, o paciente continua em observação na unidade de tratamento intensivo (UTI).

José Junior acusou o pastor Marcos de ter encomendado o incêndioSeverino Silva / Agência O Dia

Wagner da Silva foi indiciado por incêndio criminoso e está sob custódia na casa de saúde. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, que chegou ao local por volta das 4h30 da madrugada de terça-feira. Além de queimado, ele foi cortado por estilhaços de vidro.

O acusado alegou que é morador e que estava tentando conter as chamas, mas a polícia o considerou um dos suspeitos do crime.

“Ele não é conhecido na comunidade e admitiu que uma garrafa explodiu e o machucou”, adiantou o delegado da 22ª DP (Penha), Reginaldo Guilherme da Silva. Uma ação criminosa é a principal linha de investigação, já que aparelhos eletrônicos foram roubados e havia forte cheiro de gasolina no local. A perícia encontrou uma lata de solvente e sinais de arrombamento. Havia três focos de incêndio.

Possível participação do pastor Marcos

A Polícia Civil vai investigar a possível participação do pastor Marcos Pereira — líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, preso por estupro e suspeito de homicídio — no incêndio na sede do AfroReggae, na favela da Grota, no Complexo do Alemão. O prédio, de três pavimentos, teve um andar destruído — onde funcionava o jornal “Voz da Comunidade” — e outro atingido pelas chamas.

A polícia duvida que Wagner tenha agido sozinho.“Depois que fizemos a denúncia que levou o pastor Marcos à cadeia, recebemos inúmeras ameaças, houve o tiroteio na Corrida da Paz (em maio) e, agora, este ataque. Quiseram atingir o AfroReggae e não me surpreenderia se algo de ruim acontecesse comigo ou com um dos meus colaboradores”, disse José Júnior, coordenador da ONG que atua nas favelas há 20 anos. O advogado do pastor Marcos, Luiz Carlos da Silva Neto, refutou as acusações.


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