Por thiago.antunes

Rio - Morador da favela do Vidigal e criador do Grupo Nós do Morro — um dos mais bem-sucedidos projetos artísticos e de inclusão social, desde 1986 instalado na comunidade — o ator, diretor e jornalista Guti Fraga é o novo presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

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Produtor cultural incansável, Guti havia recebido no Vidigal em julho, de surpresa, a visita da ministra da Cultura, Marta Suplicy, disposta a conhecer melhor seus projetos. Nesta quinta-feira de manhã, ele foi chamado por ela para reunião em Brasília e novamente se surpreendeu com a convocação, prontamente aceita.

O diretor, recentemente, revelou publicamente sua admiração pelo projeto dos Centros Educacionais Unificados, implantados em São Paulo por Marta para integrar educação e cidadania, e os laços se estreitaram. O apoio e fomento à arte, que o diretor costuma definir como sua “religião”, será agora ampliado a nível nacional.

“A Funarte atua em todo o País, é preciso trabalhar nessa integração entre estados e regiões. Meu trabalho vai nessa direção, articular o que é feito nos diversos cantos do Brasil”, disse.

Um histórico de sucessos

Nos 15 dias até a posse, Guti pretende estudar o funcionamento da Funarte e suas novas atribuições. Aos 61 anos, nascido no interior do Mato Grosso, Gotschalk da Silva Fraga está no Rio desde 77. Ele terá que se licenciar da direção do Nós do Morro para assumir o novo cargo.

Criador de núcleos de teatro, música e cinema dirigidos por moradores do Vidigal, que revelaram talentos, Guti e seus parceiros fizeram da favela referência artística bem antes da pacificação.

O grupo ganhou mais de 50 prêmios, incluindo os mais importantes de teatro e cinema brasileiros, além de Menção Honrosa da Unesco. Espetáculos com atores da favela foram apresentados em Portugal e em Londres. Cerca de 12 mil pessoas já passaram pelas oficinas.

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