Por nara.boechat

Rio - Com o fim da Jornada Mundial da Juventude, a atenção da polícia se volta para a ocupação do Complexo da Maré. O planejamento está praticamente fechado e deve ser posto em prática no próximo fim de semana. Mas a ação ainda depende de uma trégua nas manifestações de rua para que o efetivo necessário seja empregado.

A decisão de ocupar as favelas durante a semana foi cogitada pela Secretaria de Segurança, que, em abril, na última ocupação, entrou no Cerro-Corá, no Cosme Velho, numa segunda-feira. Mas houve consenso que, devido ao tamanho e à densidade demográfica da Maré, seria praticamente impossível uma operação deste porte em dias de grande movimento sem que houvesse feridos.

Plano busca a evitar conflitos como o de junho%2C que deixou 10 mortos Severino Silva / Agência O Dia

Ocupar o território da Maré não é missão fácil. O Complexo é formado por 15 favelas, dominadas por duas facções criminosas e um grupo miliciano. Ele abriga um dos maiores redutos de venda de drogas da cidade e concentra boa parte das quadrilhas de roubos nas vias expressa.

Para policiar a área após a ocupação, serão instaladas três Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), com 1.600 homens. O efetivo é o maior já empregado em favelas e equivale ao de três batalhões.

O planejamento da Secretaria de Segurança prevê o uso de tropas de elite da PM, de batalhões do entorno, de policiais civis e de solados das Forças Armadas. Serão utilizados também helicópteros, caveirões e blindados.

O planejamento para a ocupação foi iniciado há um ano e inclui levantamento das quadrilhas, principalmente de seus chefes, como Marcelo Santos das Dores, o Menor P, um dos mais procurados traficantes do Rio. A recompensa oferecida pelo Disque-Denúncia (2253-1177) por informações que levem à captura dele é de R$ 2 mil.

Simulação apura mortes

A Divisão de Homicídios (DH) fará uma reprodução simulada da ação no Complexo da Maré que matou dez pessoas no mês passado. Entre as vítimas está um PM do Batalhão de Operações Especiais (Bope). A data, porém, ainda não foi marcada.

Os peritos responsáveis pelo caso é que vão definir quais momentos deverão ser reproduzidos. Eles serão escolhidos de acordo com os pontos a serem esclarecidos na investigação.

As vítimas foram mortas num tiroteio entre PMs do Bope e traficantes da Maré. O confronto começou após um policial ser morto. Ele fazia parte de grupo que fora enviado ao local para conter manifestantes que atacavam motoristas na Avenida Brasil.

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