Por cadu.bruno

Rio - Guardas municipais aderiram ao protesto realizado na escadaria da Câmara Municipal, nesta quarta-feira, no Centro da cidade. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Guarda Municipal do Rio (Sisguario), João Luis Sousa, entre as diversas reivindicações há dois pontos principais: plano de carreira e que a guarda assuma suas funções, muitas vezes exercidas pela Polícia Militar.

"Queremos que o prefeito cumpra a lei complementar número 100, de 2009, para criar o planos de carreira. Também reivindicamos que a guarda municipal exerça suas funções de proteger bens, serviços e instalações. Cadê a guarda dentro da Câmara, dentro das escolas? Eles colocam PMs lá dentro", disse.

Segundo o guarda Jones Barbosa de Moura, a mudança do piso salarial também está entre as revindicações. "Na Guarda, o piso é de R$ 705. Quem está há 20 anos na Guarda ganha R$ 952", lamentou.

Sete manifestantes seguem dentro da Câmara

Sete manifestantes seguem acampados na Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira, no Centro do Rio. Há onze dias ocupada, a Casa obteve nesta terça à noite da Justiça mandado de reintegração de posse. Após a decisão, dois manifestantes deixaram o local e foram substituídos por uma pessoa. Policiais militares estão no local e aguardam a chegada de um oficial de justiça para que o grupo deixe a Câmara.

"Saí nesta segunda à noite após a notícia da reintegração de posse. As pessoas (Câmara e Tribunal de Justiça) dizem uma coisa e fazem outra, não podemos confirmar que a retirada será pacifica", disse uma manifestante, de 57 anos, moradora de Niterói.

Manifestantes seguem ocupando a CâmaraCarlos Moraes / Agência O Dia

Um outro ocupante lamentou a postura da Câmara, que entrou com recurso. "A gente quis criar um diálogo para engajar a participação política e eles pediram a reintegração de posse da Casa, que é publica, do povo, o que já é contraditório", contou.

Um outro jovem, estudante de Educação Física, também criticou a decisão. "Sabemos que cumprimos o papel que podíamos. O tempo todo abrimos o diálogo, mas parece que eles não",afirmou.

Os manifestantes também fizeram um ato simbólico ao lavarem a escadaria da Casa. "A limpeza é para expulsar as baratas do local", uma clara referêcia a Jacob Barata, grande proprietário dos consórcios de ônibus.

Um grupo que está acampado em frente à Câmara desde o início da ocupação disse nesta quarta que já coletou cerca de 10 mil assinaturas em abaixo-assinado. O documento conta as reivindicações dos manifestantes sobre a CPI dos Ônibus.

Advogados do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH) informaram que vão entrar com mandado de segurança ainda nesta quarta-feira para tentar suspender a decisão de retirar os manifestantes.

Segundo Felipe Coelho, a DDH vai pedir habeas corpus preventivo para que não ocorram prisões de manifestantes na retirada. Já o advogado André Mendes acredita que não haverá violência. "Mas nunca se sabe. Na segunda à noite vimos um PM agredir uma mulher", contou.

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