Por thiago.antunes

Rio - O advogado Marcelo Patrício, que defende o pastor Marcos Pereida da Silva, classificou como ‘absurda’ a sentença da juíza Ana Helena Valle, da 2ª Vara Criminal da Comarca de São João de Meri que condenou o religioso a 15 anos de prisão por estupro. E prometeu recorrer: “Essa condenação foi baseada em depoimentos das vítimas, completamente contraditórios. Não existem provas. Também considero a condenação injusta, pois, como ele não tem antecedentes criminais, a pena aplicada é desproporcional. É lógico que vamos recorrer”, afirmou o advogado Marcelo Patrício.

Pastor Marcos é acusado ainda de outro estupro e coação. Ele está preso em Gericinó desde o dia 8 de maioDaniel Ferrentini / Agência O Dia

Segundo os autos, o crime foi cometido no final de 2006 contra uma seguidora da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, igreja que é presidida pelo acusado. A violência sexual teria ocorrido nas dependências do templo.

De acordo com a sentença da magistrada, ‘as testemunhas ouvidas relatam com firmeza como o acusado é uma pessoa manipuladora e fria’: “...(Pastor Marcos) só pensa em si, utilizando-se das pessoas para satisfazer seus instintos mais primitivos e de forma promíscua, utiliza da boa-fé das pessoas para enganá-las. Pelo exposto e por tudo que dos autos consta, julgo procedente a pretensão punitiva para condenar Marcos Pereira da Silva, como incurso nas penas dos art. 214 c/c art. 226, II, ambos do Código Penal”, destaca a sentença da juíza.

O religioso, que está preso desde o dia 8 de maio, é acusado pelo Ministério Público estadual de mais dois crimes: outro estupro e coação. Ele está no Complexo Penitenciário de Gericinó.

Os dois lados de uma guerra

No último dia 1º, O DIA mostrou bastidores da investigação que colocou o pastor Marcos Pereira no xadrez. Os relatos apontavam desde manipulação de testemunhas ao uso de provas obtidas sem amparo legal. E escondiam uma perigosa disputa por milionárias verbas públicas e privadas em dois currais eleitorais de peso: os complexos do Alemão e da Penha. A apuração policial colocou em lados opostos dois ex-amigos: Marcos Pereira e o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior.

A investigação ficou a cargo da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), depois de José Júnior denunciar que o pastor tem envolvimento com o tráfico de drogas e que é ‘uma das mentes mais perigosas a serviço do crime no estado’.

Em depoimento, Marcos negou os crimes e disse que o AfroReggae manipulou testemunhas para incriminá-lo.

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