Por thiago.antunes

Rio - O Batalhão de Grandes Eventos ainda não saiu do papel, mas já ganhou apoio de especialistas na área de Segurança Pública. A novidade foi anunciada nesta quinta-feira pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Luís Castro, ao DIA. O objetivo da nova unidade é utilizar agentes especializados em mediação de conflitos nas manifestações ocorridas na cidade.

Para o ex-capitão do Bope Paulo Storani, os protestos que vêm gerando conflitos entre policiais e manifestantes desde junho são completamente diferentes do que já aconteceu na história política do país. Por isso, segundo ele, requer nova capacidade de atuação por parte da Segurança Pública.

“A criação deve contribuir para a diminuição da violência empregada nesses atos. É preciso aprender a lidar com isso e esta é a saída encontrada pela PM para melhorar a atuação, de forma pacífica e usando a força de forma progressiva. Acho louvável”, elogiou Storani.

A ideia da PM é evitar ao máximo o uso de balas de borracha e bombas de gás durante as manifestaçõesJoão Laet / Agência O Dia

Atuação no futebol

Pesquisadora da saúde e condições de trabalho dos PMs, Maria Cecília Minayo, que também é autora do livro ‘Missão Prevenir e Proteger’, acredita que a corporação adotou estratégia para mudar a antiga política de confronto.

“Antigamente, a polícia tinha a cultura do ‘pé na porta’, mas, nos últimos tempos, ela vem fazendo esforço para mudar e adotando medidas para enfrentar as questões de forma pacífica, como é o caso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O ideal seria que não se precisasse de nada disso, mas acho que terá sucesso”.

O Batalhão de Grandes Eventos também atuará no policiamento de jogos de futebol, festas e eventos. Contando com 500 homens, ele ficará subordinado ao Batalhão de Choque, que só será acionado em situações extremas.

“A ideia é diminuir o caráter violento nessas manifestações e evitar ao máximo o confronto. Os policiais serão especializados em mediação de conflitos, com técnicas adaptadas à realidade que temos. Estamos estudando de onde vamos tirar os policiais que vão integrá-lo”, disse o comandante da PM.

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