Rio - O Comando da PM abriu sindicância para analisar as imagens em que um policial militar supostamente teria forjado um flagrante contra um menor no Centro do Rio. As cenas da abordagem em vídeo veiculado nesta quarta-feira em ‘O Globo Online’ tiveram ampla repercussão e receberam inúmeras críticas nas redes sociais, com acusações contra os agentes.
As imagens mostram um PM correndo com o que parece ser um morteiro na mão e, momentos depois, durante revista ao adolescente, objeto semelhante sendo jogado no chão, embaixo da mochila do rapaz, o que poderia ser interpretado como se o material tivesse sido retirado da bolsa do jovem. Os policiais algemaram o menor e o levaram para a delegacia, onde foi feito registro de Conduta Atípica, sem atribuição da posse do objeto.
A Polícia Militar informou que “minutos antes de sua detenção, o menor foi visto em correria junto com outros manifestantes mascarados. A autoridade policial o deteve apenas para averiguação. Ele foi liberado na delegacia na presença de uma responsável.”
As imagens mostram que o garoto seguia pela rua com um grupo no qual não havia nenhum mascarado e sem fazer baderna. Ao contrário do que alega a PM, o grupo caminhava normalmente, e não havia correria. O adolescente não reagiu à ação da polícia em nenhum momento, de acordo com a gravação, e vários jovens que testemunharam a abordagem se revoltaram. As testemunhas seguiram os agentes que levavam o menor algemado e gritavam que se tratava de uma injustiça.
Na delegacia não houve registro de posse de fogos de artifício com o menor. O documento de apreensão dos fogos registra que foram encontrados no chão. “O procedimento 005- 10087/2013 da 5ªDP (Mem de Sá) registra o encontro de três morteiros na calçada. Não atribui sua posse a nenhum manifestante”, diz, em nota, a PM.
Reparo de 15 pontos de ônibus quebrados levará 30 dias
As manifestações da noite de terça-feira deixaram rastro de destruição no Centro do Rio. Foram 8 bancos quebrados, 15 pontos de ônibus depredados, 30 lixeiras e 9 sinais de trânsito. Placas de trânsito foram alvejadas: duas tiveram de ser substituídas, seis pichadas foram limpas e seis, reposicionadas. O reparo dos pontos deve ser feito em 30 dias.
Dezessete pessoas foram detidas e uma tinha mandato de prisão. Ojouba Bruno Marinho Barros da Silva, 25 anos. Segundo a Polícia Civil, ele fora preso por roubo qualificado e teve liberdade condicional, que foi revogada. Foi levado para Secretaria Estadual de Administração Penitenciária.
Professores decidem greve amanhã
Professores da rede municipal farão nesta sexta-feira nova assembleia para decidir se mantém a greve. Ontem eles receberam apoio de diversas entidades, entre elas, o Sindicato dos Advogados do Estado do Rio lamentou a repressão feita pela PM aos professores.
“Se o prefeito tivesse um mínimo de sensibilidade social poderia ter retirado a sua proposta de plano de carreira do processo de votação, ganhando mais tempo para retornar a negociação”, criticou o presidente do sindicato, Álvaro Quintão. Ele sugeriu ao prefeito Eduardo Paes reabrir o canal de negociação com os profissionais da educação, antes de sancionar a lei.




