Por tamyres.matos

Rio - Além das torneiras secas há dias, moradores de diversos bairros do Rio e outras áreas da Região Metropolitana tiveram de enfrentar os preços abusivos dos caminhões-pipa. Neste domingo, no posto de abastecimento da Cedae na Avenida Presidente Vargas, o serviço de transporte, que costumava variar entre R$ 1.110 e R$ 1.300 para 15 mil litros de água, chegava a custar até R$ 5 mil. Pela quantidade, a Cedae cobra apenas R$ 48,85 dos motoristas.

A concessionária prometeu que o abastecimento em bairros como Tijuca, Cosme Velho, Laranjeiras, Botafogo, Flamengo e Leblon, entre outros, estará normalizado nesta segunda. Moradores da Zona Oeste, Baixada Fluminense e Niterói também reclamam da interrupção de água.

Inflação líquidaArte O Dia

“Todo mundo está desesperado. Um cara veio aqui e pagou R$ 5 mil por 15 mil litros. Eles cobram o que querem, e nós temos que nos virar para pagar”, reclamou Rodolfo Franklin. Síndico de um edifício no Rio Comprido, ele chegou às 9h ao posto da Presidente Vargas. Após negociar muito e ouvir preços abusivos, conseguiu comprar 10 mil litros por R$ 1.150. “Ninguém te atende mais, pois todo mundo está pedindo água. E quando te atendem, pedem fortunas. Preferi vir e negociar”, detalhou.

MAIS PECHINCHA

Na Rua Andrade Neves, na Tijuca, o aposentado Maurício da Rocha precisou recorrer ao conhecimento de amigos. “Me cobraram R$ 4 mil, mas consegui um por R$ 1.200”, disse o síndico, que reclamou da Cedae. “Eles mudaram o hidrômetro, aumentando uma conta mensal que era de R$ 1.500 para R$ 4 mil, e agora ainda temos que pagar fortunas por carros-pipa?”.

Rompimento de tubulação mexeu na previsão da manutenção no Gandu

A interrupção no serviço de abastecimento se deu pela paralisação da Estação de Tratamento de Guandu, que sofreu manutenção na última quinta-feira. Segundo a Cedae, a previsão era de que em 72 horas tudo voltasse ao normal.

No entanto, uma tubulação na Radial Oeste se rompeu, afetando as áreas da Zona Sul e a região central do Rio. A concessionária informou que o reparo já foi concluído. “Não tenho dormido desde quinta-feira. Sempre acordo de madrugada e começo a percorrer todos os prédios da São Francisco Xavier, na Tijuca, para saber se está caindo água. Isso passou a ser um tormento, pois são 144 unidades”, reclamou o subsíndico Luís Fernando Neves.

Até este domingo, ele já havia solicitado cinco caminhões-pipa para o prédio. “Nem sei quanto já gastamos com abastecimento de emergência. Mas gostaria de saber quem vai pagar esta ‘pequena’ conta”.

Reclamações tomam as redes sociais

Pela Internet, diversos moradores relataram problemas no fornecimento. No Twitter, as reclamações sobraram contra os serviços da Ceade. “Rua das Laranjeiras continua sem água. Hoje domingo não cai uma gota. Isso porque é Nova Cedae, imagina se fosse a Velha Cedae”, publicou o internauta Rapahel Mattos.

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