Por tamyres.matos

Rio - Sob o efeito de remédios, a família do menino Kayo da Silva Costa, de 8 anos, vive dias muito difíceis após a morte da menino durante tiroteio perto do Fórum de Bangu. A mãe da criança, Tiane Isquierdo, contou que trabalha perto do local da tragédia, que ocorreu durante a tentativa de resgate de presos que prestavam depoimento.

"Eu pensei que minha mãe estava sentada em algum lugar com ele. Eu não acreditei quando vi ele caído ali no chão", disse, aos prantos, Tiane. Confira o vídeo da entrevista abaixo:

As câmeras de segurança do Fórum de Bangu filmaram o momento no qual três criminosos armados entraram no local na última quinta-feira. Nas imagens, é possível notar os bandidos usando roupas pretas e armados com fuzis. O homem que aparece com o rosto descoberto seria Leandro Nunes Botelho, o Scooby Doo. Durante a tentativa de resgate, um policial militar também foi morto.

O grupo entrou pela porta principal do fórum. Eles circularam no primeiro andar do prédio e abriram algumas portas, aparentemente em busca da carceragem. A desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça do Rio, disse nesta segunda que a tentativa de resgate de presos que prestavam depoimento foi um "problema de segurança pública e não institucional". A ação resultou na morte do menino Kayo da Silva Costa, de 8 anos, e do policial militar Alexandre Rodrigues de Oliveira.

Criminosos estavam armados com fuzis durante tentativa de resgateDivulgação

Mariano decretou luto oficial de três dias pelas mortes ocorridas no atentado. "Bandidos saíram de Belford Roxo a Bangu com armas de grosso calibre e três adentraram o fórum. Onde estavam os órgãos de inteligência? Não é um problema de hoje, mas de muito tempo", disse Leila Mariano.

A desembargadora vai se reunir nesta terça com o governador Sérgio Cabral, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, o comando da PM e o secretário de Administração Penitenciária, Cesar Rubens Monteiro de Carvalho.

Ela ainda vai encontrar juristas para discutir soluções, entre elas a maior utilização de videoconferências e a redução do trajeto dos presos. Também participaram da coletiva o juiz Alexandre Abrãao, diretor do Fórum de Bangu, e o diretor-geral de Segurança Institucional do TJRJ, Francisco Matias.

Edição: Tamyres Matos

Você pode gostar