Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Prestes a completar oito anos no governo do Rio, em 2014, Sérgio Cabral anunciou nesta segunda-feira que vai deixar a pasta antes do fim do mandato. A saída do governador — que deverá ocorrer em 31 de março — havia sido antecipada pelo DIA no domingo, em entrevista com o vice Luiz Fernando Pezão. No rastro das novidades, Cabral lançou seu próximo objetivo para quando deixar a cadeira do estado: voltar ao Senado. Ele disse ter se colocado “à disposição do partido” para ser nomeado a disputar uma das vagas a senador nas eleições do ano que vem.
Cabral durante inauguração de UPPs nesta segunda-feiraSeverino Silva / Agência O Dia
“Os companheiros (do PMDB) têm me estimulado muito para o Senado Federal. Tenho interesse de servir ao meu estado sempre. O Senado é a Casa da Federação. Mas essa questão não cabe a mim. Cabe, inclusive, ao conjunto de alianças e partidos. Vou colocar meu nome à disposição”, revelou Cabral.
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Consenso no PT

Ele ressaltou que houve um consenso dentro do PT de que março seria a melhor data para a retirada do partido do governo (há uma corrente que defende a saída imediata). “Março é melhor, é o momento das desincompatibilizações. Estivemos juntos esse tempo inteiro. A população não vai compreender uma saída repentina do PT depois de sete anos de governo. Mas respeito o PT local”, afirmou.

Mais segurança%3A 480 policiais irão patrulhar 18 comunidades das novas UPPsSeverino Silva / Agência O Dia

Ele explicou ainda que não se arrependeu de, em 2010, ter apoiado o petista (e candidato ao governo) Lindbergh Farias. “De maneira alguma. Não tenho do que me queixar do senador Lindbergh. Respeito sua ambição de desejar disputar o governo do estado. Só acho que isso tem que ser discutido com tranquilidade, serenidade, no momento apropriado”, concluiu.

Os novos rumos da carreira política de Cabral darão uma chance para Pezão de sentir o gostinho de assumir o governo antes das eleições. Ele é o provável candidato à sucessão do cargo. “Tenho convicção de que o meu partido apresenta à sociedade o melhor nome. Pezão tem credenciais, qualidades, que o fazem o melhor nome. Até lá é muita especulação.”
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Governo tem pior avaliação em sete anos
À vontade durante a inauguração das UPPs Lins e Camarista Méier, Cabral não se esquivou nem das questões delicadas, como a queda de sua popularidade em pesquisa do Instituto Datafolha, que revelou a pior avaliação dos últimos sete anos: somente 20% dos entrevisatdos consideraram seu governo ótimo / bom.
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“Quem está no governo, está sempre sendo avaliado. Vamos respeitar a pesquisa e continuar trabalhando. Ainda é muito cedo para fazer avaliação”, afirmou.