Por nara.boechat
Rio - O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) sabe que pode até não ser eleito em outubro, mas é o único dos pré-candidatos que se tornará, efetivamente, governador quando Sérgio Cabral renunciar e for cuidar de seu futuro político. Por isso, Pezão já se prepara para tirar do papel três projetos que quer ver, ao menos, encaminhados em 2014. A menina de seus olhos é o sistema Guandu 2, que ele já começa a tocar quando assumir, em abril. A meta é conseguir “100% de abastecimento de água para a Baixada Fluminense”.

Pezão explica que o governo não teve condições de fazer mais para melhorar os serviços prestados pela Cedae porque a empresa tinha uma dívida de R$ 6,5 bilhões, com vários credores. Ainda segundo o vice-governador, o débito foi quitado ao longo dos últimos sete anos. Só com a Caixa Econômica Federal (CEF), eram R$ 2,2 bilhões em dívidas. E agora, com o débito quitado com a CEF, Pezão diz, brincando, que quer pegar R$ 1 bilhão “de volta”. Na verdade, ele se refere ao pedido de financiamento de R$ 1 bilhão que fará à CEF — a verba deverá vir de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Vice-governador planeja repetir no Estado similar do projeto ‘Piraí Digital’%2C que criou em sua cidade natalJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

“Nós pagamos (a dívida com a CEF) e não pedimos esse dinheiro ‘de volta’. Então, estou pedindo. Não estou pedindo favor nenhum, estou pedindo à empresa um empréstimo de longo prazo para a gente ter o Guandu 2 e universalizar água na Baixada Fluminense”, explica o vice-governador.

Assim que assumir depois da renúncia do governador, Pezão também vai começar a implantar no estado um programa que criou em sua cidade natal, quando foi prefeito — por dois mandatos, entre 1997 a 2004 —, o Piraí Digital. O projeto transformou a cidade no primeiro município digital brasileiro e faz 15 anos em 2014. Os custos ainda estão sendo levantados, mas o peemedebista acha que com R$ 1,2 bilhões consegue.
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“Se estiver aqui, transformo em quatro anos o Rio em um estado digital. Vou levar internet banda larga de qualidade a todo o estado do Rio de Janeiro”, explica Pezão, que quer convocar as empresas de telefonia móvel para parceria.
Outra ideia que Pezão vai ‘importar’ de Piraí para o estado é uma parceria com a Santa Casa de Misericórdia que reabriria 700 leitos.
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Também para obras no ano que vem, o governo do estado conseguiu com o governo federal mais R$ 3.015 bilhões para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Será iniciada a segunda fase na Rocinha (R$ 1,6 bilhão), e o trabalho vai entrar pela primeira vez nas regiões da Mangueira (R$ 180 milhões), Tijuca (R$ 180 milhões), Jacarezinho (R$ 609 milhões e Complexo do Lins (R$ 446 milhões).
Saída de PT do governo é adiada de novo
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A reunião que haveria em São Paulo ontem entre Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Lindbergh Farias (PT) e o novo presidente regional do PT no Rio, o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, não aconteceu porque o ex-presidente teve que voar para o velório do governador licenciado de Sergipe, Marcelo Déda (PT). O que houve foi um encontro de duas horas do líder petista com os novos presidentes regionais do partido.
Segundo Quaquá, Lula reafirmou a pré-candidatura de Lindbergh ao governo do Rio, mas ficou no ar a data da saída do partido da gestão Cabral. O desembarque seria anunciado no sábado, mas foi adiado a pedido de Lula. Ele tinha uma reunião com a cúpula do PMDB e achou que a saída poderia contaminar o encontro.
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A se atender o pedido do partido de Cabral, o PT só sairia de seu governo em março, que é quando ele próprio passa o cargo para seu vice. Mas Lindbergh e Quaquá prometem se empenhar para convencer Lula de que o partido precisa se desvincular da imagem de Cabral o mais rápido possível.
“Não vamos ficar até março em hipótese alguma. Hoje (ontem), Lula pediu apenas que a separação seja ‘amigável’ e que a campanha seja feita em tom respeitoso”, explicou Quaquá.
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Garotinho lidera pesquisa
O Datafolha divulgou ontem pesquisa de intenção de votos nos pré-candidatos a governador do Rio. Foram apresentados dois cenários, onde o deputado federal Anthony Garotinho (PR), que já governou o Rio, lidera. No primeiro, Garotinho ficou com 21%. Em segundo lugar, veio o senador Lindbergh Farias (PT) e o ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella (PRB), com 15%. O ex-prefeito do Rio e vereador Cesar Maia (DEM) ficou com 11%. Pezão veio em seguida, com 5%, acima do deputado federal Miro Teixeira (Pros), que obteve 3%. Bernardinho (PSDB) e Michel Temer empataram com 2%. No cenário sem Crivella e Bernardinho, Garotinho ficou com 24% e Lindbergh, com 19%. Cesar Maia, com 12%; Pezão, com 7%; Miro, com 5%; e Milton Temer, com 3%. A gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi aprovada por 30% e reprovada por 33%, pior resultado desde que ele foi eleito em 2008.