Por nara.boechat
Rio - No início do século passado, era proibido tocar samba nas ruas da cidade. Fugindo da repressão policial, o sambista Paulo da Portela aproveitava as viagens de trem para transformar o vagão em abrigo seguro para as rodas, da Central até Oswaldo Cruz. Nos anos 1990, Marquinhos de Oswaldo Cruz começou a fazer o mesmo trajeto, cantando e contando as histórias de sua comunidade. Assim surgiu a ideia do Trem do Samba, que chega agora à sua 18ª edição.
Neste ano, seis palcos serão montados na Central do Brasil e nas ruas João Vicente, Átila da Silveira, Adelaide Badajós, Joaquim Teixeira, Engenheiro J. Carvalho Salgado e Praça Joaquim Teixeira, em Oswaldo Cruz, para reunir alguns dos nossos maiores bambas até sábado. Durante a semana também serão realizadas palestras, debates e oficinas.
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Ontem, uma coreografia foi realizada por 20 bailarinos no saguão da Estação da Central do Brasil para abrir o evento, ao meio-dia. Às 19h, aconteceu um debate com o tema ‘Samba no quintal’, com João Pimentel (mediador), Marquinhos de Oswaldo Cruz, D. Ivone Lara, Serginho Procópio, Nelson Sargento, Tantinho da Mangueira, Tinhorão e os compositores e vencedores do samba-enredo da Portela.
Mais tarde, no Palco Candeia (Rua João Vicente), em Oswaldo Cruz, um show gratuito de Júnior e Expresso Carioca, às 20h e Almir Guineto, às 22h, encerraram o primeiro dia.
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Hoje, Júnior e Expresso Carioca se apresentarão de novo no mesmo horário. Leandro Fregonesi, com participação de Marcelinho Moreira, fecham o dia. Outros sambistas marcarão presença até o sábado, entre eles Paulinho da Viola, Jorge Aragão, Wilson Moreira e Martinália.
O ingresso para os eventos será um quilo de alimento não perecível ou um livro.
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Viagem terá 20 minutos
No sábado, o primeiro de quatro trens irá partir, às 15h, na Central do Brasil, com show de velhas guardas e a participação de nomes como Monarco, Wilson Moreira, Noca da Portela, Nelson Sargento, entre outros. Trens especiais farão a ligação direta até Oswaldo Cruz, circulando das 18h20 às 19h30. A viagem terá duração de 20 minutos.
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Os primeiros três mil passageiros levando alimento não perecível vão ganhar o ingresso para o trem. Os demais embarcam pagando R$ 2,90. No ano passado, a festa durou quatro dias, com público de 200 mil. “A expectativa é 400 mil pessoas. Dobramos o número de palcos”, destacou Marquinhos de Oswaldo Cruz, organizador do evento.