Por cadu.bruno
Rio - Um dos organizadores do livro ‘Privação de liberdade ou atentado à dignidade: escravidão contemporânea’, o antropólogo e professor da UFRJ Ricardo Rezende Figueira cita um dado assustador: levantamento da ONG Walk Free Foundation mostra que há pelo menos 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo no país.
- A bancada ruralista no Senado tenta atenuar a definição de trabalho escravo. O que isso pode representar?
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Esta mudança seria um grande retrocesso no combate ao trabalho escravo. Daríamos muitos passos atrás nesse sentido. Sabemos que não são todos, mas há vários latifundiários que exercem ou acobertam essa situação.
- Além da fiscalização rígida, o que é possível fazer para combater o trabalho escravo?
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Uma formação profissional mais variada para os trabalhadores. Um cortador de cana ou um quebrador de pedra é muito especializado no que faz, mas domina apenas aquele ofício. Se soubesse outra profissão, não dependeria da única atividade que conhece para sobreviver.
- Existem modalidades de trabalho escravo que são mais comuns?
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Sim. A primeira é aquela em que o trabalhador é levado para algum lugar distante do seu lar e permanece preso. Na outra, o empregado não está longe de casa nem impedido de partir, mas não vai embora porque depende totalmente daquele trabalho. A miséria é essencial para que ocorra a escravidão.