Por bianca.lobianco
Rio - O governo do Estado do Rio anunciou nesta terça-feira a operação Lapa Presente, que promete acabar com problemas da região, como a violência e a desordem urbana. Grupos compostos por um policial militar, um guarda municipal e um agente da Secretaria Estadual de Governo vão monitorar o local todos os dias da semana, de 21h30 às 5h30, a partir do dia 1º de janeiro. As patrulhas serão feitas nos locais onde foram detectados os maiores índices de furtos, roubos, consumo e tráfico de drogas, de bicicleta, a pé ou em viaturas.

De acordo com o coordenador da operação, major Rodrigo Cereser, todas as abordagens da polícia militar do Lapa Presente serão filmadas por agentes da Secretaria de Governo, com o objetivo de auxiliar futuras investigações policiais. Funcionários da Comlurb também vão participar da ação, com o programa Lixo Zero, assim como agentes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que atuarão com uma unidade móvel do projeto Proximidade, que faz o acolhimento voluntário de moradores de rua e envolvidos com drogas.

Moradores%2C artistas e empresários se reuniram sob os Arcos e debateram propostas para a área boêmiaAlexandre Brum / Agência O Dia

Combate à ilegalidade

Segundo Cereser, a eficácia do programa se dará graças às ações coordenadas de diversos órgãos do estado e do município. “Quando um caso não for da área de atuação de um guarda municipal, poderá ser do policial, por exemplo. Todo tipo de ilegalidade será combatido, desde uma guimba de cigarro jogada no chão até um homicídio. Não será apenas para apagar um incêndio, o programa vai permanecer”, afirmou, referindo-se ao aumento da criminalidade na Lapa.No início deste mês, três pessoas foram assassinadas em uma semana na região.

O grupo de inteligência da Secretaria Estadual de Governo também trabalha com a possibilidade de criminosos da região migrarem para outros pontos do Rio, depois da ação. O número do efetivo dos operadores do Lapa Presente ainda está sendo estudado, assim como a possível instalação de mais banheiros químicos e remoção de moradias ilegais.

O protesto se transformou em reunião de integrantes das associações para debater as ações para a áreaAlexandre Brum / Agência O Dia

A operação Lapa Presente também vai disponibilizar um disque-denúncia (97954 2424 e 979542525) em que moradores e frequentadores do local poderão fazer denúncias anônimas aos órgãos. Na Praça Cardeal Câmara, na Avenida Mem de Sá, haverá uma van onde os frequentadores e moradores do local poderão buscar informações.

Moradores e empresários pedem mais ação social

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Moradores, artistas e empresários da Lapa se reuniram nesta terça sob os Arcos para pedir socorro para a região. Para os manifestantes, o aumento do policiamento é necessário, mas não resolverá todos os problemas da área. Cerca de 50 policiais ficaram próximos ao local durante a suposta manifestação, que funcionou como uma reunião para avaliar propostas para o local.
“Gostei da iniciativa do disque denúncia, mas é necessário ação social com os moradores de rua e viciados em crack”, disse Maria Helena Santos, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Centro, sobre as medidas anunciadas ontem.
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Empresário na Lapa há mais de 10 anos, Léo Feijó defendeu o investimento em câmeras de vigilância e iluminação pública. “Os empresários vão se reunir na primeira quinzena de janeiro para discutir a operação Lapa Presente, e podemos nos articular para comprar as câmeras”, declarou Feijó.
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Edição: Bianca Lobianco