Por bianca.lobianco
Rio - PM, prefeitura e Secretaria de Estado do Ambiente prometem realizar nos próximos dias uma ação conjunta para fechar lixões clandestinos no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias. Ontem as polícias Civil e Militar estiveram no bairro abordando caminhões que circulavam com lixo. Não houve prisões nem apreensões.

Conforme O DIA revelou ontem, traficantes do Complexo da Mangueirinha — todos do CV — controlam ao menos dois depósitos ilegais de lixo no bairro, onde até junho de 2012 funcionou o maior aterro sanitário da América Latina. Hoje, há no local uma usina de biogás.

Lixão clandestino em Gramacho%3A caminhões cobram R%24 80%2C a toneladaNonato Viegas / Agência O Dia

Os caminhões despejam, principalmente à noite, até lixo hospitalar, cobrando R$ 80 por tonelada.
Duas investigações estão sendo feitas na 59ª DP (Caxias). Uma trata dos lixões clandestinos. A outra é sobre o tráfico de drogas que funciona ali. Segundo policiais, isto é feito no esquema de ‘contenção’: quando traficantes dominam determinada região para evitar que a polícia entre em outras comunidades. As ruas onde funcionam os aterros dão acesso a pequenas favelas.

O delegado-titular da 59ª, Claudio Vieira, confirmou, por nota, que “há uma investigação em andamento para apurar a atuação do tráfico no local".

Já o coordenador de comunicação do Movimento de Catadores do Rio, Alexandre Freitas, de 37 anos, nega o domínio do tráfico no local e reclama que a única promessa cumprida pelos governos do estado e do município desde o fechamento do antigo aterro foi a abertura de um polo de reciclagem. Ao contrário, diz, “fecharam projetos sociais. Um deles dava ensino técnico a jovens que não queriam catar lixo”.

O secretário do Ambiente, Carlos Minc, prometeu, depois de conversar com o prefeito Alexandre Cardoso e com o chefe do Estado Maior da PM, o coronel Paulo Henrique de Moraes, intensificar as ações no local. Uma delas, diz o secretário, é a finalização do projeto executivo do Jardim Gramacho Sustentável, que reformará de forma ‘profunda’ o bairro. Outra medida a é a liberação de R$ 395 mil para a instalação, pela prefeitura, de câmeras no local.
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