“Um segundo de distração, para quem dirige a 80 km por hora, equivale a 22 metros percorridos sem olhar para a pista”, afirma. O caminhoneiro confessou estar a 85 km/hora. O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Ministério da Saúde criaram um aplicativo gratuito, compatível com celulares Android, que não permite que motoristas atendam o celular dirigindo.
Segundo a assessoria de imprensa do Denatran, desde o início de 2012, quando foi criado, cerca de 50 mil pessoas já baixaram o aplicativo. Porém, ele não é de uso obrigatório pelos motoristas que prestam serviço ao governo.
98 mil multas pela infração
Segundo o Departamento de Trânsito do Rio (Detran), no ano passado, 98 mil pessoas foram multadas no estado por dirigirem usando o celular. Na capital, foram registradas 51 mil infrações. Em 2012, foram 104.784 os multados no estado, e 62.657 na capital. Segundo o órgão, no ano passado, o uso de celular esteve entre as dez maiores incidências de infrações no trânsito.
Motorista admite ter usado celular, diz delegado
O motorista do caminhão admitiu, na tarde desta quarta-feira, estar falando no celular desde o momento em que entrou na Linha Amarela, segundo o delegado da 44ª DP (Inhaúma), Fábio Asty. "O condutor afirmou que estava falando com um colega de trabalho, que segundo ele, teve o filho desaparecido nos últimos dias", disse o delegado. O aparelho celular já foi recolhido para perícia.
O delegado também relatou que Luiz Fernando, de 30 anos, garantiu que não viu a caçamba levantada e de acordo com Asty, ele reagiu com surpresa ao saber das cinco mortes por conta da tragédia na via. Apesar do depoimento, a delegacia ainda não descarta a possibilidade de ele ter içado a caçamba pra tampar a placa e escapar de uma possível multa.
O motorista de ônibus Antônio Carlos da Silva Thimótheo, de 42 anos, que dirigia a linha 315 da Empresa Real Auto-ônibus e presenciou a tragédia na Linha Amarela, prestou depoimento na 44ª DP (Inhaúma) nesta quarta-feira sobre o acidente. Por volta das 9h da manhã desta terça, o condutor viu o momento em que a caçamba do caminhão da empresa Arco da Aliança atingiu a passarela da via e a derrubou, causando a morte de cinco pessoas e deixando outras cinco feridas.
De acordo com o delegado, ele negou ter emparelhado com o motorista do caminhão Fernando da Costa, de 30, e também afirmou que não viu o condutor falando no celular. Ele alega que tentou acelerar para alcançar o veículo e avisar o motorista sobre a caçamba, mas, devido à velocidade do caminhão, Antônio não conseguiu.
"Vi o motorista passar com a caçamba semi-aberta por três passarelas, mas quando vi que a caçamba estava toda aberta e iria colidir na passarela, parei há uns 100 metros de distância e presenciei toda a tragédia. Tudo que estou dizendo pode ser comprovado pelas câmeras ao longo da via", disse ele.
O motorista de ônibus trabalha há quatro anos na área e já foi motorista de caminhão. Ao ser questionado se Fernando não poderia ter percebido a caçamba aberta, ele disse. "Acredito que todo bom profissional perceberia uma caçamba aberta", afirmou o motorista do ônibus.
Fábio Asty ouvirá ainda as vítimas sobreviventes do acidente. De acordo com o delegado, em uma conversa informal, o motorista do caminhão disse que entrou na Linha Amarela por conta própria, mesmo sendo em horário proibido.
Protesto
Moradores da comunidade Águia de Ouro, próxima à via, atiraram pedras nos veículos, danificando um carro de reportagem do DIA . As pessoas que participavam da passeata já chegaram ao prédio da Lamsa, concessionária que adiministra a Linha Amarela.
Estado de saúde dos feridos
A vitima Liliane de Souza Rangel, 33 anos, foi transferida do Hospital Municipal Souza Aguiar para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI), do Hospital Pasteur, no Méier, na Zona Norte. Após realização de diversos exames, foi descartada a fratura de fêmur e evidenciou-se uma fratura, sem gravidade, na vértebra da coluna lombar e uma lesão complexa na bacia com indicação cirúrgica. A paciente está em observação pela equipe médica e ainda não há previsão para realização do procedimento.