Por thiago.antunes
Rio - Além de falar ao celular durante quase cinco minutos, trafegar em horário proibido para caminhões na Linha Amarela, acima da velocidade permitida e com a caçamba levantada, o motorista Luiz Fernando Costa, de 30 anos, cometia mais uma infração de trânsito no momento do acidente que matou cinco pessoas na terça-feira: não usava cinto de segurança.
A imprudência causou lesões em seu fígado, pulmão, coração e quebrou três costelas com o impacto do tronco de Luiz Fernando contra o volante do veículo. “Meu filho sente muita dor. Nem consegue falar e respirar direito”, contou nesta sexta-feira a dona de casa Dulce Costa, mãe dele. Além do motorista, três pessoas permanecem internadas.
Caminhão atingiu passarela da Linha Amarela%2C que desabou%2C deixando quatro pessoas mortasFabio Gonçalves / Agência O Dia

Segundo o boletim de ontem do Hospital do Coração de Duque de Caxias, Luiz Fernando permanece no CTI, mas poderá ir para um quarto hoje. A falta do cinto não piora a situação de Luiz Fernando no inquérito que ele responde na 44ª DP (Inhaúma). Para o delegado que cuida do caso, Fábio Asty, a infração de trânsito não é relevante no processo, já que ao ignorar o equipamento, o motorista comprometeu apenas sua própria segurança.

Nesta sexta, Dulce contou que o filho espera comprovar com a perícia a falha mecânica que teria içado a caçamba do caminhão, o que causou a tragédia: “Ele disse que o problema foi mecânico, e esperamos o laudo que vai comprovar isso”. Para a polícia, no entanto, o defeito no veículo não livrará o motorista de responder por cinco homicídios culposos. Segundo o delegado Asty, houve negligência por parte do condutor.

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Os quatro feridos no acidente continuam hospitalizados e sem previsão de alta. Gláucia Pereira de Andrade, de 56, que estava no banco do carona do Palio esmagado pela passarela, segue internada, lúcida e com estado de saúde estável, no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo.
Passarela na Linha Amarela após acidenteThiago Lara / Agência O Dia

O motociclista atingido pela passarela, Jairo Zenaide, 44 anos, está lúcido e estável, após operar fratura exposta no antebraço e uma pequena fratura na coluna que não comprometeu movimentos, além de traumatismo craniano leve. Ele aguarda transferência internado na clínica de ortopedia do Hospital Federal de Bonsucesso.

Liliane de Souza Rangel, de 36 anos, que foi derrubada da travessia pelo impacto do acidente, quebrou a bacia, foi operada e deve passar por mais uma intervenção cirúrgica. Ela está internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Pasteur, no Méier.
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