Por adriano.araujo

Rio - Depósito infecto de seres humanos. Essa foi a definição utilizada pelo promotor Rogério Pacheco Alves, da 7ª promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania, sobre o Rio Acolhedor - maior abrigo para pessoas em situação de rua no Rio. "Um mero depósito infecto de seres humanos. É disso que se trata. Não há nenhuma perspectiva de restabelecimento de laços sociais, reinserção no mercado de trabalho, nenhuma politica de educação, não há nenhuma atenção para os que precisam de atendimento de saúde mental", afirmou Alves

Do lado de dentro%2C a sala para oficinas de qualificação está entulhada e sem usoDivulgação

Em entrevista coletiva concedida na manhã desta terça-feira, o promotor informou que fará uma nova Ação Civil Pública na próxima semana contra a prefeitura do Rio pelo descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta realizado em 2012. Na semana passada, o MP fez uma vistoria no local e verificou condições insalubres, denúncias de violência e superlotação: a capacidade de 150 pessoas está 200% acima no normal.

Além disso faltam serviços de qualificação profissional, como definido pelo TAC. Os abrigados denunciam que sofrem com as picadas de percevejos que infestam os colchões da unidade. O Ministério Público divulgou um vídeo com as imagens colhidas durante a vistoria.

Secretário diz que unidade está dentro do ‘padrão’

O vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Social do Rio, Adilson Pires, negou a falta de condições de higiene. Ele disse que acha a situação “inadmissível”, mas que a dedetização do abrigo é feita com regularidade. Para ele, os insetos são levados pelos moradores de rua. “Muitas vezes o percevejo é levado para o abrigo”, afirmou Pires.

Sobre a superlotação, o secretário disse que a prefeitura considera que o local tem capacidade para 350 pessoas. A prefeitura informou que está construindo duas unidades novas: uma em Bonsucesso e outra na Ilha do Governador.

Para Adilson Pires, o Rio Acolhedor está no “padrão”. “Está no padrão do que são abrigos do Rio ou de qualquer outro lugar do Brasil. Ele tem, dentro daquilo que é um abrigo, condições de higiene que são normais”, finalizou.

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