Por nara.boechat
Prédio abandonado é ocupado por famíliasMarco Antônio Cavalcanti / Agência O Dia

Rio - O edifício de número 4 da Rua Marquesa de Santos, esquina com a Rua Gago Coutinho, em Laranjeiras, está no centro de uma polêmica no bairro da Zona Sul do Rio. O prédio foi ocupado por famílias que alegam querer cuidar do local, abandonado há alguns anos. A notícia se espalhou rapidamente pela região, causando discórdia entre moradores.

Valdemir de Paula está à frente das nove famílias, incluindo sua mulher e uma filha de 16 anos, que se mudaram para o edifício há cerca de três semanas. O porteiro afirma que sempre passava pelo local e via diversos moradores de rua dormindo e fumando crack dentro do imóvel. "O prédio estava abandonado, cheio de viciados. Entrei para cuidar", diz Valdemir, que já morava em outro terreno ocupado no Catete, próximo ao endereço atual. Segundo o porteiro, os meninos sumiram com a entrada das famílias.

A chegada dos novos vizinhos não foi bem aceita na região. Uma moradora que não quis se identificar lembra que a mudança do grupo para o prédio foi feita aos poucos durante a madrugada e que a polícia chegou a ser chamada, mas nada foi feito. Ela afirma ainda não ter visto usuários de crack na região. Assim como ela, outros moradores consideram a ocupação ilegal e cobram uma atitude para a retirada das famílias.

Apesar da condenação por parte dos vizinhos, Valdemir não vê irregularidade na ação. "A justiça está do meu lado", respondeu o porteiro às críticas que recebia de pedestres que passavam próximo ao prédio. O porteiro acrescenta que já entrou em contato com o proprietário do imóvel e que deseja formalizar a moradia.

Ocupação de prédio abandonado gera polêmica em LaranjeirasMarco Antônio Cavalcanti / Agência O Dia

Procurada, a Subprefeitura da Zona Sul informou que vai notificar o proprietário do prédio para que ele entre com a reintegração de posse. "Caso o dono não se manifeste, se os problemas de invasão de moradores de rua e lixo continuarem, a Subprefeitura da Zona Sul irá desapropriar o lugar", diz a nota. A reportagem procurou o proprietário, mas ele não foi encontrado. Os dados do imóvel, como o tempo de abandono, não foram obtidos, pois estão sob sigilo fiscal.

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