Rio - O Comando de Operações Especiais da Polícia Militar precisou de apenas 20 minutos para realizar a ocupação das comunidades da Vila kennedy e Metral, na Zona Oeste, na manhã desta quinta-feira, para a instalação da 38ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Duas pessoas com mandado de prisão e outro homem, que estava com uma moto roubada em casa, foram presos. Além disso, mais uma moto e um carro foram recuperados.
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A ocupação, que começou por volta das 5 horas, conta com 270 policiais do Bope; do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque); do Batalhão de Ações com Cães (BAC); 14º BPM (Bangu); Batalhão de Vias Especiais (BPVE) e Grupamento Aeromóvel (GAM), além de policiais da Corregedoria Interna da PM. O Choque ocupou o lado sentido Zona Oeste da Avenida Brasil da comunidade e o Bope está no sentido Centro. A expectativa é que a UPP seja inaugurada no próximo dia 25.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, solicitou a cooperação da população de Vila Kennedy. "Pedimos a colaboração dos senhores para que ajudem a polícia. Nesse primeiro momento talvez seja um pouco mais de inquietação, mas em breve a comundade toda vai viver dias melhores"
Moradora da Vila Kennedy há 18 anos, Maria Quirina, 52, espera que a comunidade viva novos tempos."Espero que a paz se faça presente aqui. Já vi muita cena de violência e espero que isso se encerre".
Mais de 8 mil alunos sem aulas
A operação fez com que as aulas desta quinta-feira das 17 unidades da rede municipal que ficam na Vila Kennedy e no entorno foram suspensas pela Secretaria de Educação. Com isso, 8.227 alunos ficarão sem aula. Segundo a prefeitura, todo o conteúdo será reposto em outra data, ainda não divulgada. A medida foi tomada para a segurança de alunos e funcionários das escolas e creches durante a operação policial.
Com a chegada da UPP, os quase 23 mil habitantes da região sonham com melhorias na comunidade. Entre os pedidos mais urgentes em páginas sobre a Vila Kennedy nas redes sociais estão a regularização da coleta de lixo, que fica exposto nas ruas e provoca a proliferação de insetos e doenças. “A Comlurb recolhe quando quer, mas a gente não tem como evitar juntar lixo. Vou guardar lixo em casa? Pior: as moscas e baratas entram e a gente não sabe o que fazer”, reclamou a auxiliar de serviços gerais Estela Maria de Jesus.
Na Internet, alguns moradores também cobram a ausência de médicos na UPA local. Entre outros pedidos dos moradores estão o aumento do número de transportes públicos, principalmente ônibus, que atendam a região nos finais de semana. Para as crianças e adultos, melhorias e criação de áreas de lazer e entretenimento. Eles reclamam que o teatro está fechado e nas praças os brinquedos e aparelhos de ginástica para os idosos, por exemplo, não estão em boas condições.