Por thiago.antunes

Rio - Ao chegarem neste domingo à UPA do Complexo do Alemão em busca de socorro, os pacientes se deparavam com uma cena agonizante. Cones na porta bloqueavam o acesso à unidade, que suspendeu o atendimento por falta de médicos. No interior, cadeiras vazias confirmavam o estado grave em que se encontra a UPA.

Cones bloqueavam ontem a entrada da UPA do Alemão%3A atendimento suspenso por falta de médicosAlessandro Costa / Agência O Dia

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde, que contratou a OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para administrar a UPA, por R$ 43 milhões por dois anos, não admitiu que houve fechamento, mas disse que ontem a unidade funcionou com número reduzido de médicos.

Questionado pela reportagem, um funcionário, que não quis se identificar, admitiu o problema. Os pacientes que ali chegavam eram orientados a procurar a UPA da Penha, também alvo de críticas de moradores da região, por não ter em seu quadro profissionais especializados, como pediatras.

Tauan teve de ir a um hospitalAlessandro Costa / Agência O Dia

Com fortes dores no peito, Tauan Ferreira, de 19 anos, procurou a unidade que fica a poucos metros de sua casa. Surpreendido pelo que viu, protestou: “Para que criam uma unidade na comunidade, se não funciona?”, disse o jovem, ao lado da mãe, Linda Ribeiro, 55, que fez coro.

“Nos recomendaram ir para a UPA da Penha, mas não adianta. Lá também tem problema. Precisamos é de hospital que funcione”, reclamou ela, que decidiu seguir com o filho para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. 

Já na UPA da Maré, a situação era a mesma de sábado: ausência de pediatras escalados no plantão. “Agora, quando minha filha ficar doente, ligarei antes para cá”, conta Luana Silva, 26. A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai notificar a OS Viva Comunidade, que administra a UPA Maré, pela falta de pediatra.

Colaborou Luísa Bustamante

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