Rio - Ao chegarem neste domingo à UPA do Complexo do Alemão em busca de socorro, os pacientes se deparavam com uma cena agonizante. Cones na porta bloqueavam o acesso à unidade, que suspendeu o atendimento por falta de médicos. No interior, cadeiras vazias confirmavam o estado grave em que se encontra a UPA.
Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde, que contratou a OS Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) para administrar a UPA, por R$ 43 milhões por dois anos, não admitiu que houve fechamento, mas disse que ontem a unidade funcionou com número reduzido de médicos.
Questionado pela reportagem, um funcionário, que não quis se identificar, admitiu o problema. Os pacientes que ali chegavam eram orientados a procurar a UPA da Penha, também alvo de críticas de moradores da região, por não ter em seu quadro profissionais especializados, como pediatras.
Com fortes dores no peito, Tauan Ferreira, de 19 anos, procurou a unidade que fica a poucos metros de sua casa. Surpreendido pelo que viu, protestou: “Para que criam uma unidade na comunidade, se não funciona?”, disse o jovem, ao lado da mãe, Linda Ribeiro, 55, que fez coro.
“Nos recomendaram ir para a UPA da Penha, mas não adianta. Lá também tem problema. Precisamos é de hospital que funcione”, reclamou ela, que decidiu seguir com o filho para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha.
Já na UPA da Maré, a situação era a mesma de sábado: ausência de pediatras escalados no plantão. “Agora, quando minha filha ficar doente, ligarei antes para cá”, conta Luana Silva, 26. A Secretaria Estadual de Saúde disse que vai notificar a OS Viva Comunidade, que administra a UPA Maré, pela falta de pediatra.
Colaborou Luísa Bustamante