Por bianca.lobianco
Terezinha Justina da Silva%2C de 64 anos%2C foi morta na noite de segunda-feira após levar dois tiros no Complexo da MaréFabio Gonçalves / Agência O Dia

Rio - Uma segunda vítima que foi atingida com um tiro na perna pode esclarecer se a idosa que morreu no Complexo da Maré, na noite desta segunda-feira, foi vítima de troca de tiros entre bandidos e militares. Segundo o delegado assistente da Divisão de Homicídios Fábio Cardoso, que está cuidando do caso, o comerciante internado no Hospital Federal de Bonsucesso, Francisco Oliveira Lemos, 47 anos, servirá como testemunha para auxiliar as investigações da dinâmica da morte de Terezinha Justina da Silva, de 74 anos. Ele estava presente na comunidade quando ambos foram atingidos. A vítima passa bem e já foi interrogada por agentes da DH para auxiliar nas investigações. Os militares envolvidos na ação também serão convocados para prestar depoimento.

"Nós já estamos com uma equipe de peritos e já verificamos que uma segunda vítima foi atingida por esses disparos e sobreviveu. Então nós já estamos tratando com ela para colher todas as informações para entender a dinâmica que matou a dona Terezinha. Essa testemunha sobrevivente é muito importante. Todas as testemunhas identificadas e os militares que estavam no comando no local também serão ouvidos", finalizou Fábio Cardoso em entrevista ao RJTV

Equipes da especializada realizam perícias complementares no Complexo da Maré. Os agentes estão em busca de novas testemunhas que possam ajudar a identificar de onde partiu o tiro que atingiu a vítima. A delegacia vai solicitar ao hospital, para onde Terezinha foi socorrida, o boletim de atendimento médico dela, além de informações da internação. 

Militares afirmam que não houve troca de tiros

De acordo com policiais militares, duas viaturas do batalhão de campanha das Forças de Pacificação, que tinha PMs a bordo, foram atacadas por traficantes com mais de 50 tiros de fuzil. Ainda segundo o policial, não houve revide dos militares e nem dos PMs e Terezinha Justina da Silva, de 64 anos, teria sido atingida neste momento com dois tiros, no tórax e abdômen. A idosa deu entrada no Hospital Federal de Bonsucesso às 22h07, com a morte confirmada às 22h40. De acordo com informação do PM, há possibilidade de haver mais vítimas.

"Por volta das 22h uma viatura recebeu tiros de criminosos e a informação que nós temos é que a patrulha não efetuou nenhum disparo", diz o major Alberto Horita, relações públicas da Força de Pacificação, em entrevista à CBN.

Segunda morte em um período de três dias

Foi a segunda morte na região num período de três dias. Na mesma segunda-feira, foi sepultado Jefferson Rodrigues da Silva, de 18 anos, morto no sábado por homens da Força de Pacificação.

A Polícia Civil investiga a morte de Jefferson. Em depoimento na 21ª DP (Bonsucesso), que investiga a morte do jovem, três PMs contaram que horas antes de supostamente trocar tiros com os fuzileiros navais e ser morto, Jefferson e o suspeito que o acompanhava e fugiu também teriam atirado contra uma guarnição da polícia.

Jefferson não tinha antecedentes criminais. Os soldados alegam que ele atirou contra os militares. A família diz que ele apenas se assustou e correu com a presença deles. A tia do jovem, a camelô Silvana Siqueira Soares disse que ele trabalhava em um lava-jato.

O titular da 21ª DP, delegado Delmir Gouveia, aguarda os resultados do laudo para dar continuidade a investigação.

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