Por paulo.gomes

Rio - Os moradores da Rua Barão da Torre, em Ipanema, continuam procurando respostas para as duas crateras que se formaram no local, na madrugada de domingo. Márcio Motta, subsecretário da Defesa Civil, afirmou nesta segunda-feira que aguarda uma resposta do Consórcio da Linha 4 do metrô para saber quais providências serão tomadas.

>>>GALERIA: Crateras assustam moradores de Ipanema

"O consórcio informou que todo o trabalho de monitoramento, de verificação da densidade do solo foram feitos. Porém, houve uma falha. O que causou essa falha? Quais serão as providências? Essas análises eles estão fazendo e entre terça e quarta-feira vão nos apresentar essas respostas. A obra é importante, mas é preciso ter segurança. Até lá a obra está paralisada naquele trecho da Barão da Torre", disse em entrevista ao Bom Dia Rio.

Duas crateras se abriram na Rua Barão da Torre%2C ao lado das obras do Metrô%2C em Ipanema%2C e assustaram os moradores na madrugada deste domingoFabio Teixeira / Agência O Dia

Márcio Motta afirma que, segundo análises feitas no domingo, não houve alteração nas fachadas dos edifícios da rua. No entanto, a Defesa Civil segue monitorando o local. "Nosso foco na análise de ontem foi identificar o que estava acontecendo. As informações dos pinos de monitoramento de todas as fachadas não houve alteração. Alguns ajustes no plano de emergência do consórcio nós implementamos ontem mesmo. Nós da Defesa Civil queremos todas as informações das leitoras para que qualquer alteração nós sejamos informados imediatamente".

Membro do Conselho de Segurança de Ipanema, Inês Barreto afirmou que os moradores ainda estão assustados com o ocorrido.

"Estamos muito preocupados porque essa obra, infelizmente, desde o princípio ela prima por uma falta de transparência e de diálogo do governo com a população. Não tivemos nenhuma das nossas reivindicações atendidas, inclusive sob o pretexto de que não poderiam ser fechadas ruas em Ipanema. No entanto, a Barão da Torre, Visconde de Pirajá estão fechadas e com problemas na obra em que nós, moradores, estamos muito assustados.

Bombeiros descartam problemas nas estruturas dos prédios

Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que não foi constatado "risco para estrutura dos prédios no perímetro da ocorrência". Técnicos da Defesa Civil, em uma análise preliminar, disseram aos moradores que não há risco de desmoronamento. Mas à imprensa, a autarquia só fala através da assessoria. Além dos prédios de número 137 e 138 da Rua Barão da Torre que tiveram suas estruturas físicas abaladas, outros prédios estão, no momento, sem água, sem gás e já tiveram o sinal da TV a cabo cortado.

Muros de prédios da Rua Barão da Torre também ficaram danificadosFabio Teixeira / Agência O Dia

"A gente ia comemorar o Dia das Mães com a família mas não podemos. Agora vai ter que ser sem cozinhar nem tomar banho porque estamos sem gás. O jeito vai ser improvisar um almoço em um restaurante", lamentou o analista de rede, Oscar Castro, 47 anos.

Consórcio Linha 4 Sul analisa causa do assentamento do solo

Em nota oficial, o Consórcio Linha 4 Sul disse que a causa está sendo analisada. "Na madrugada deste domingo, ocorreu um assentamento de solo em frente aos números 132, 133, 137 e 141 da Rua Barão Torre, em Ipanema. O Consórcio Linha 4 Sul, responsável pelas obras entre Ipanema e Gávea da Linha 4 do Metrô (Barra da Tijuca-Ipanema), acionou o Plano de Atendimento a Emergências e prontamente mobilizou a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros, a CEG, a Light, a Cedae, a Cet-Rio e o 23º Batalhão da Polícia Militar.

O reparo da calçada foi executado imediatamente, com injeção de concreto no solo, e o Consórcio tranquilizou moradores de que não há risco para a estabilidade das edificações do entorno. As causas do assentamento de solo ocorrido nesta madrugada estão sendo analisadas. Qualquer dano que, porventura, venha a ser causado pelas obras da Linha 4 do Metrô será reparado pelo consórcio construtor.

Em uma obra deste porte, o monitoramento é feito 24 horas por dia. A realização de vistorias nos imóveis do entorno das escavações dos túneis e estações é rotina. A vistoria cautelar é feita nas estruturas dos edifícios para verificar suas condições antes da escavação dos túneis e das estações. Os prédios recebem pinos de recalque e clinômetros – que possibilitam o acompanhamento de como as edificações se comportam antes e durante as obras. Todas as medições apresentam resultados dentro dos limites esperados - inclusive as medições realizadas neste domingo nos edifícios da Rua Barão da Torre".

Você pode gostar